A menos de duas semanas de sua posse na Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama enfrenta transtornos com a escolha de seus auxiliares de inteligência, a reposição de sua vaga no Senado e evidências de que o Congresso não pode agir tão rapidamente quanto esperado para aprovar um grande pacote de estímulo econômico. Em sua primeira semana em Washington, Obama tem se concentrado em assegurar o apoio dos partidos democrata e republicano para um pacote econômico abrangente e caro que tem como objetivo retirar o país da recessão.
Em resposta às suspeitas públicas sobre os gastos do governo, Obama oferece como remédio, junto com seu pacote de estímulo econômico, a promessa de disciplina fiscal a longo prazo. Alguns integrantes do Congresso pressionam o presidente eleito para adotar objetivos de redução de déficit, à medida que ele promove o plano de gastos e corte de impostos, que deve custar cerca de US$ 775 bilhões, e tem como objetivo retirar a economia da espiral de queda.
Ontem, Obama prometeu “trazer para Washington o senso de responsabilidade e de responsabilidade fiscal” e disse que a necessidade de uma reforma orçamentária “é uma exigência absoluta”. Para hoje, é esperado que Obama anuncie sua escolha para “chief performance officer”, um novo cargo para o funcionário da Casa Branca que trabalhará com as agência federais a fim de estabelecer padrões de atuação e manter a responsabilidade fiscal. O nomeado deve tentar acalmar republicanos e democratas, conservadores em termos fiscais, preocupados com as características do pacote de estímulo.
Obama deve se reunir ainda nesta quarta-feira (7) com os ex-presidentes Bill Clinton, George H. W. Bush e Jimmy Carter para um almoço oferecido pelo atual presidente George W. Bush. Será a primeira vez em que os ex-presidentes dos EUA se encontram na Casa Branca desde 1981. Bush e Obama também terão um encontro particular de cerca de 30 minutos no Salão Oval antes do almoço. A reunião deve tratar principalmente de assuntos atuais, como a guerra na Faixa de Gaza e a recessão da economia norte-americana.
“Será um almoço interessante”, afirmou Bush durante uma entrevista recente. Quando perguntado sobre o que os cinco conversarão, ele respondeu: “Eu não sei. Eu tenho certeza que (Obama) vai nos fazer todas as perguntas, acredito. Caso contrário, apenas compartilharemos histórias de guerra.”
Déficits
Com a abertura do Congresso, na terça-feira, Obama prometeu que iria impedir os legisladores de inserirem emendas no pacote de estímulo econômico. Ao mesmo tempo, Obama advertiu que os Estados Unidos podem enfrentar déficits na casa dos trilhões de dólares nos próximos anos. Oito anos atrás o orçamento federal registrava superávit. O déficit em 30 de setembro era de cerca de US$ 455 milhões.
Num comportamento raro antes de assumir o cargo, Obama tem se reunido nesta semana com líderes do Congresso para tentar fazer com que o projeto sobre o pacote esteja pronto para a assinatura pouco depois da posse. Ele havia previsto que os congressistas poderiam aprová-lo no prazo de duas semanas após ser oficializado presidente dos EUA, embora antes tenha esperado que a lei estivesse aprovada para assinatura assim que assumisse.
Somando-se a isso, houve o fato de o Senado ter impedido na terça-feira (6) a posse de Roland Burris para a vaga de Obama, indicado pelo governador de Illinois, o democrata Rod Blagojevich, acusado de tentar leiloar a vaga do presidente eleito no Senado.
CIA
Obama ainda tem que defender sua escolha para a chefia da Agência Central de Inteligência (CIA), Leon Panetta, como “um dos melhores servidores públicos que já tivemos”, provavelmente uma resposta às reclamações de alguns membros do Congresso de que o ex-chefe de equipe da administração Clinton não tem experiência em segurança nacional.
Informações divulgadas pela rede de CNN indicam que o especialista em saúde pública da emissora, Sanjav Gupta, está bem cotado para assumir o cargo de Diretor Geral de Saúde Pública na gestão Obama.
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