O democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney manifestaram hoje (25) visões diferentes da maneira como os EUA devem conduzir sua política externa, em um dos cenários mais complicados da história recente.
Enquanto o candidato republicano enfatizou a colaboração do setor privado, o democrata e aspirante à reeleição ressaltou a questão dos “valores ocidentais” no posicionamento dos EUA frente aos demais países.
Para Romney, os EUA deve modificar sua prática de ajudar financeiramente os demais países, estabelecendo condições para que as nações financiadas se comprometam com a abertura de seus mercados.
“Uma proporção maior da nossa ajuda para o desenvolvimento deve ter por objetivo a promoção do trabalho e a expansão da economia de mercado”, disse ele, em palestra na Clinton Global Iniciative, organização criada pelo ex-presidente Bill Clinton, em Nova York.
“A liberdade econômica é a única força histórica que tradicionalmente resgatou as pessoas da pobreza e evitou que voltassem a afundar nela”, acrescentou.
Obama
Na mesma cidade, Barack Obama dedicou boa parte de seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas a avaliar o cenário do Oriente Médio, considerando a onda de protestos anti-EUA que varreram dezenas de países muçulmanos, mas também os desdobramentos recentes da Primavera Árabe.
Ele apoiou as mudanças de poder no Egito, e justificou a intervenção dos EUA na Líbia e na Síria, salientando a necessidade de parar o “massacre de inocentes” nesses países.
“Nós tomamos essas posições porque acreditamos que a liberdade e a autodeterminação não são de uma única cultura. Não são simplesmente valores americanos ou valores ocidentais. São valores universais”, ressaltou.
“Nós não esperamos que as outras nações concordem conosco em cada assunto (…). Contudo, eu acredito que é o dever de todos os líderes de todos os países se declararem firmemente contra a violência e o extremismo”, acrescento, numa referência às manifestações da comunidade islâmica após a divulgação de um vídeo anti-islã produzido nos EUA.