O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o líder da minoria republicana no Senado dos EUA, Mitch McConnell (Republicano pelo Kentucky) sinalizaram que ambos estão abertos a uma extensão nos cortes de impostos aprovados na era W. Bush, abrindo potencialmente o caminho para um acordo sobre a questão nas próximas semanas, antes que os impostos subam para mais de 150 milhões de indivíduos e famílias nos EUA em 1º de janeiro de 2011.
Tanto Obama quanto McConnell não especificaram por quanto tempo iria durar uma extensão e o número de anos que os cortes nos impostos poderão ser estendidos. A questão poderá ser um dos temas centrais na discussão se as negociações se intensificarem.
O impasse entre os parlamentares e a Casa Branca sobre cortes nos impostos, que foram aprovados em 2001 e 2003 e deverão expirar em 31 de dezembro deste ano, segue a algumas semanas.
Antes das eleições de 2 de novembro, Obama propôs estender de maneira permanente os cortes nos impostos para indivíduos que ganham até US$ 200 mil por ano e casais que tenham renda conjunta de US$ 250 mil. Para os que ganham acima desses patamares, Obama propôs o fim do corte nos impostos.
Nos últimos dias, contudo, Obama mudou o discurso, dizendo que se opõe a extensões “permanentes” nos cortes de impostos para os que ganham acima de US$ 200 mil e US$ 250 mil, mas deixando a porta aberta para uma extensão de curto prazo para essas faixas de renda.
Em entrevista ao programa de televisão 60 Minutes, Obama disse que “existe uma base para a negociação” quando chegar o momento de estender os cortes nos impostos para pessoas que ganham mais que US$ 200 mil e casais que ganham acima de US$ 250 mil por ano.
Já McConnell, falando ao programa de televisão Face the Nation, da emissora CBS, disse que prefere uma extensão permanente nos cortes de impostos e se disse pronto a “começar a conversar sobre conseguir algum tipo de extensão no qual as taxas não subam para ninguém”.
McConnell deverá ter uma influência significativa durante as sessões no Congresso. Mesmo que os republicanos tenham conquistado dezenas de cadeiras na Câmara dos Representantes e obtido uma maioria, e que tenham avançado no Senado, embora sem conquistar maioria, nas eleições de 2 de novembro, os novos congressistas só irão tomar posse em janeiro e até lá os democratas controlarão Câmara e Senado.
“Eu acredito que a questão aqui é se você quer subir impostos para pequenos empresários no meio do que muitos americanos acham que é uma recessão” disse McConnell. “Eu e meus correligionários achamos que é uma má ideia”, afirmou. As informações são da Dow Jones.