Os candidatos Barack Obama e John McCain tiveram um raro episódio de concórdia sobre um tema político e moral espinhoso. Ambos criticaram a decisão adotada nesta quarta-feira (25) pela Suprema Corte dos Estados Unidos de considerar inconstitucional a aplicação da pena de morte contra réus condenado pelo crime de estupro de menores de idade.
Tanto o democrata Obama quanto o republicando McCain qualificaram a violência sexual contra crianças como um crime "hediondo" e que deveria ser passível de pena capital, mesmo que o crime não tenha resultado na morte da vítima.
A abordagem de Obama foi mais próxima do meio-termo. A maior parte dos americanos é favorável à pena de morte, segundo pesquisas recentes, e os republicanos costumam usar o tema para rotular os democratas como passivos demais com relação à criminalidade.
"Eu penso que o estupro de uma criança, seja de seis ou de oito anos, é um crime hediondo e, se um Estado toma uma decisão com base em circunstâncias específicas, limitadas e bem definidas de que a pena de morte é pelo menos potencialmente aplicável, isso não viola nossa Constituição", declarou Obama durante entrevista coletiva.
Já McCain adotou um tom mais duro. Segundo ele, a decisão da Suprema Corte representa "um golpe contra os esforços dos agentes da lei para punir os autores da mais desprezível forma de crime hediondo".