Obama deve anunciar novas medidas de segurança

O presidente Barack Obama deve anunciar hoje novas medidas para fortalecer as segurança aérea nos Estados Unidos depois da tentativa de um suposto terrorista de destruir um avião norte-americano que pousou em Detroit no dia de Natal. Obama convocou para esta tarde uma reunião com altos funcionários do governo encarregados de realizar duas revisões ordenadas por ele após o frustrado ataque, uma sobre a aviação comercial e outra sobre o sistema de lista de observação de terroristas do país.

Obama deve apresentar suas conclusões ao público depois do encontro, para o qual 20 funcionários governamentais foram convidados, assim como uma série de novas medidas para melhorar as listas de observação e frustrar futuros ataques terroristas, informou a Casa Branca. A Administração de Segurança em Transporte (TSA, na sigla em inglês) já entregou diretrizes para as companhias aéreas, que passaram a vigorar ontem, como a realização de revistas de corpo inteiro em passageiros com destino aos EUA provenientes de Iêmen, Nigéria, Arábia Saudita e outros 11 países.

A secretária de Estado Hillary Clinton, o secretário de Defesa Robert Gates, a secretária de Segurança Interna Janet Napolitano, o diretor a CIA (agência de inteligência norte-americana) Leon Panetta e o diretor do FBI (a polícia federal) Robert Mueller estão dentre os que devem participar da reunião na Casa Branca. Eric Holder, procurador-geral; Dennis Blair, diretor de inteligência nacional; Michael Leiter, diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo; James Jones, conselheiro de segurança nacional; e John Brennan, conselheiro de contraterrorismo, também devem estar presentes.

Obama vai receber novas informações sobre a investigação de Mueller, sobre o processo de Holder e uma revisão das técnicas de detecção de terroristas de Napolitano. Brennan deve explicar ao presidente sua própria revisão do sistema de listas de observação e destacar suas descobertas iniciais. Os chefes das agências falarão sobre suas próprias revisões internas.

O governo também acrescentou dezenas de nomes à sua lista de suspeitos de terrorismo e dos que não podem embarcar em voos com destino aos EUA. A adição de nomes às listas foi feita depois do exame detalhado da base de dados de suspeitos de terrorismo, disse ontem um funcionário da inteligência, que falou em condição de anonimato.

Os que estão na lista de observação devem passar por revistas adicionais antes de receberem permissão para entrar no país, enquanto qualquer um da lista dos que não podem voar serão impedidos de tomar um avião dentro do território norte-americano ou com destino aos EUA.

Al-Qaeda

Umar Farouk Abdulmutallab, o nigeriano de 23 anos que afirma ter ligações com a Al-Qaeda, permanece detido acusado de tentar destruir um avião da Northwest Airlines quando a aeronave se aproximava de Detroit. Ele teria embarcado com um artefato explosivo e o detonou, mas o explosivo apenas pegou fogo e não produziu o efeito esperado. O nome de Abdulmutallab estava na base de dados dos EUA, formada por cerca de 550 mil suspeitos de terrorismo, mas não na lista que poderia ter feito com que fosse submetido a uma revista mais rigorosa ou que evitasse que ele embarcasse.

Essa omissão deu início a uma revisão da base de dados do Centro Nacional de Contraterrorismo e a uma revista mais aprofundada, que começou ontem, em passageiros provenientes do Iêmen – onde Abdulmutallab contou aos investigadores que recebeu treinamento e instruções de militantes da Al-Qaeda -, bem como da Nigéria, da Arábia Saudita, de Cuba, do Irã, do Sudão, da Síria, do Afeganistão, da Argélia, do Iraque, do Líbano, da Líbia, do Paquistão e da Somália.

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