O presidente dos EUA, Barack Obama, defendeu nesta terça-feira a sua decisão de liberar cinco presos do Afeganistão da prisão de Guantánamo em troca da libertação de um soldado norte-americano, dizendo que sua administração havia consultado “por algum tempo” o Congresso sobre essa possibilidade.
Obama também deixou de lado questões sobre as circunstâncias que cercam a captura do sargento Bowe Bergdahl por insurgentes em 2009. Os Estados Unidos, disse ele, têm uma obrigação “sagrada” para não deixar militares para trás.
“Independentemente das circunstâncias, quaisquer que elas possam ser, nós ainda recebemos um soldado americano de volta se ele foi mantido em cativeiro”, disse o presidente durante uma entrevista coletiva na Polônia, onde ele iniciou uma visita a três países da Europa. “Nós não vamos condicionar isso.”
Há muito tempo existem dúvidas sobre como Bergdahl desapareceu de sua unidade há cerca de cinco anos atras. O Pentágono concluiu, em 2010, que o sargento se afastou de sua tropa e, após uma enxurrada inicial de buscas, os militares recuaram de quaisquer planos de resgate de alto risco.
Dias depois de seu resgate, Bergdahl, de 28 anos, estava em condições estáveis em um hospital militar dos EUA na Alemanha. O sargento foi trocado por cinco membros de alto nível do taleban, que foram libertados de Guantánamo e enviados para o Catar, onde deverão permanecer por um ano até poderem voltar ao Afeganistão. Entre os presos, estão ex-ministros do governo Taleban, comandantes e um homem que tinha ligações diretas com o chefe da Al-Qaeda Osama bin Laden.
Republicanos no Congresso criticaram o acordo e reclamaram de não terem sido consultados, citando uma lei que exige que o aviso da saída de um prisioneiro de Guantánamo deve ser enviado com 30 dias de antecedência. Deputados no Comitê de Serviços Armados da Câmara disseram que o Pentágono fez a notificação pelo telefone no sábado, informando que a troca ocorreria nas próximas cinco horas.
Na entrevista de hoje, Obama sugeriu que os legisladores estavam cientes da possibilidade de os EUA concordarem com a troca de prisioneiros pela libertação do sargento. E defendeu a postura do seu governo em relação às notificações formais ao Congresso, dizendo que quando a chance de libertar Bergdahl se apresentou “nós agarramos essa oportunidade”. Fonte: Associated Press.