A lista de convidados para o jantar de gala oferecido pela Casa Branca ao presidente chinês, Hu Jintao, retrata o espírito da visita de Estado que reuniu os líderes das duas maiores potências do planeta. Entre pesos pesados da diplomacia americana – como os ex-secretários de Estado Henry Kissinger e Madeleine Albright – circulavam pelos corredores executivos de símbolos incontestáveis do capitalismo dos Estados Unidos, como a Coca-Cola e a Disney.

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Se, do lado político, havia a expectativa de alguma hostilidade em razão da cobrança por mais respeito aos direitos humanos na China, do outro, o dos negócios, predominaria a esperança de fechamento de contratos com a economia que mais cresce no mundo.

As divergências se mostraram primeiro, logo na entrevista conjunta concedida por Hu e Barack Obama. “A História mostra que as sociedades são mais harmônicas, as nações são mais bem-sucedidas, e o mundo é mais justo quando os direitos e as responsabilidades de todos os países e todos os povos são cumpridos, incluindo os direitos de cada ser humano. Os EUA veem os direitos humanos como um valor universal, até mesmo para a China”, disse Obama, ao defender também o diálogo entre Pequim e o dalai-lama, líder religioso do Tibete.

“A China fez um enorme progresso na área de direitos humanos. Reconhecemos e respeitamos a universalidade dos direitos humanos. Ainda há muito o que fazer na China em matéria de direitos humanos. Mas devemos ter em conta as diferenças e o princípio da não intervenção”, rebateu Hu, ao pedir aos EUA a preservação do “respeito mútuo”.

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