Obama assume falha na segurança e anuncia reforma

O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou ontem uma série de mudanças nas agências de inteligência e medidas de segurança nos Estados Unidos, após afirmar que uma “falha sistêmica” permitiu a “um conhecido terrorista” embarcar em um avião com rumo aos EUA. Em relatório divulgado ontem, a Casa Branca admite que agências de inteligência dos EUA sabiam que o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, responsável pelo fracassado atentado em um voo que ia de Amsterdã para Detroit no dia de Natal, era integrante da Al-Qaeda.

O presidente anunciou que as listas de passageiros proibidos de voar serão ampliadas, haverá maior número de detectores capazes de rastrear explosivos semelhantes ao carregado pelo nigeriano e uma reforma na comunicação entre as diversas agências de inteligência. “Houve uma falha sistêmica envolvendo várias agências e organizações, mas, em última instância, a responsabilidade é minha, como presidente”, disse Obama.

O conselheiro da presidência para combate ao terrorismo, John Brennan, afirmou que agências de inteligência tinham informação de que Abdulmutallab havia estado no Iêmen e se juntado à Al-Qaeda da Península Arábica (AQPA). Ao mesmo tempo, outros órgãos acompanhavam planos da AQPA de atacar alvos norte-americanos, “mas eram mais aspirações e achamos que eles estavam se concentrando em alvos norte-americanos dentro do Iêmen”, disse o relatório. E ninguém ligou os dois pontos.

O relatório divulgado pela Casa Branca, que exclui trechos sigilosos, afirma que integrantes da inteligência norte-americana haviam recebido informações que identificavam Abdulmutallab como membro da Al-Qaeda e deveriam ter resultado na inclusão de seu nome na lista restrita de pessoas proibidas de voar. Mas ele estava apenas na lista ampliada do Departamento de Estado, que não está em poder de aeroportos estrangeiros – daí porque ele embarcou sem problemas em Amsterdã.

“Temos a informação de que Abdulmutallab se filiou à Al-Qaeda em Londres, onde teria sido recrutado por elementos radicais”, disse Rashad al-Alimi, vice-premier iemenita para questões de segurança. O nigeriano viveu na Inglaterra entre 2005 e 2008, quando estudou na University College de Londres. A universidade diz não haver evidências de que ele tenha se radicalizado em Londres.

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