Ao ser dramaticamente atingido em cheio pela nave Dart, na última segunda-feira (26), o asteroide Dimorphos ejetou uma grande nuvem de poeiras e partículas.

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Imagens registradas por telescópios na Terra mostram que isso fez com que ele desenvolvesse uma espécie de cauda, ou rastro, adquirindo o aspecto de um cometa.

A cauda está com cerca de 8600 km de extensão, segundo dados do Observatório SARA, no Chile. Algumas observações mostram que ela é tripla.

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Mas isso não quer dizer que a rocha espacial tenha “se tornado” um cometa – criado artificialmente pela ação humana, o rastro deve se dissipar com o passar do tempo.

Também não é prova de a trajetória do asteroide tenha sido alterada com sucesso.

Na semana passada, todos nossos olhos estavam no espaço, para presenciar o momento em que a missão Dart (Double Asteroid Redirect Mission), da Nasa, colidiu com o asteroide Dimorphos.

O impacto foi registrado por uma câmera a bordo da nave, por um satélite italiano, por diversos observatórios em Terra e, como não poderia deixar de ser, pelo Telescópio Espacial James Webb e pelo Hubble.

As imagens, inicialmente, indicam que o choque pode ter ser sido muito maior que o esperado. Mas será preciso monitorar o comportamento do asteroide – incluindo sua cauda – nas próximas semanas e meses, para ver se surtiu o efeito esperado.

Defesa do planeta

A histórica missão Dart, da Nasa, é nosso primeiro teste de defesa planetária, para ver se conseguiríamos, com esta técnica, desviar uma possível rocha espacial que estivesse perigosamente em direção à Terra no futuro. O objetivo não era destruir o asteroide, mas empurrá-lo, como em um jogo de bilhar cósmico, alterando sua órbita.

A superfície de Dimorphos, um oval de 170 metros de largura, é coberta de pedregulhos – semelhante à de Bennu e Ryugu, dois outros asteroides visitados por sondas nos últimos anos. Cientistas suspeitam que ele seja uma “pilha de escombros”, com rochas frouxamente ligadas.

Estima-se que o impacto de Dart tenha deixado uma cratera de até 20 metros de largura em sua superfície —destroços da nave ainda podem estar lá. O satélite LICIACube, que se separou da nave dias antes da colisão, deve se aproximar para registrar os efeitos e nos enviar imagens.

A colisão aconteceu precisamente às 20h14, a uma velocidade de mais de 22.000 km/h e a mais de 11 milhões de quilômetros de distância da Terra, com uma margem de erro de apenas 17 metros em relação ao centro calculado do alvo. Um sucesso. Mesmo com tamanha precisão, não é garantia que a órbita do asteroide tenha sido alterada.