Foto: Lucimar do Carmo |
Simon: ?Vamos fixar adesivos nos estabelecimentos, caracterizando cada um deles?. continua após a publicidade |
No momento em que os animais de estimação adoecem, muitos proprietários ficam na dúvida entre levá-los para tratamento em consultório, clínica ou hospital veterinário. Para acabar com as incertezas, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) deve dar início, ainda no primeiro semestre deste ano, a uma campanha para esclarecer a população sobre as diferenças entre os três estabelecimentos.
?A diferença principal está nos tipos de procedimentos que cada um pode realizar. O consultório, por exemplo, não tem a mesma estrutura do hospital. Por isso, não pode oferecer os mesmos serviços?, comenta um dos responsáveis pela seção de fiscalização da entidade, Ricardo Simon. ?Dentro da campanha, vamos fixar adesivos nos estabelecimentos, caracterizando cada um deles e explicando quais suas atividades.?
Todos os estabelecimentos, independente da caracterização, devem ser registrados no CRMV-PR e ter um veterinário como responsável técnico. Os preços aplicados são regidos por tabela da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais.
Consultório
Os consultórios devem ser de propriedade exclusiva dos veterinários, que por sua vez devem trabalhar com alvará de autônomos. Os estabelecimentos podem ser anexos a pet shops e ter horário de atendimento variável. ?Os consultórios destinam-se a atendimentos básicos da Medicina Veterinária, como consultas, vacinas e realização de curativos. Não têm estrutura para atender emergências e não podem realizar cirurgias, nem mesmo as estéticas (como corte de orelha)?.
Clínica
Qualquer pessoa pode abrir uma clínica, mas todos os procedimentos realizados pelo estabelecimento devem ser de responsabilidade de um veterinário. O local deve ter empresa constituída. É capaz de realizar todos os procedimentos que o consultório realiza, com a diferença de que é autorizado a fazer cirurgias. Pode ou não oferecer internamento de animais. Caso haja o serviço, deve existir uma pessoa que cuide dos pacientes por 24 horas e veterinário sempre à disposição. Este não precisa estar o tempo todo presente, mas deve ficar em alerta e ser chamado caso haja algum problema.
Hospital
Existem dois tipos de hospitais veterinários, os privados e os ligados a instituições de ensino. Os primeiros devem atender 24 horas, mas os segundos são autorizados, desde 2003, a funcionar apenas em horários de aula. Podem fazer o mesmo que as clínicas, mas são obrigados a ter setor de internamento e espaço para realização de diagnóstico por imagem.
Capital ganha novo hospital
Até o final do ano passado, Curitiba tinha cinco hospitais veterinários (da UFPR, da PUCPR, da Tuiuti, São Bernardo e Clinivet). No início deste ano, um novo estabelecimento entrou em funcionamento. Trata-se do Hospital Batel, localizado no bairro de mesmo nome (na Rua Bruno Filgueira) e que conta com quinhentos metros quadrados de área construída.
O novo estabelecimento é composto por duas salas de cirurgia – uma delas com visor de vidro para que os proprietários dos animais possam acompanhar os procedimentos que estiverem sendo realizado – uma sala de repouso pós-anestésico e quatro consultórios, sendo um especialmente destinado ao atendimento de felinos.
Dotado de pronto socorro 24 horas, o novo hospital atende animais domésticos de pequeno porte nas especialidades: cirurgia videolaparoscopica, unidade de terapia intensiva, endoscopia digestiva alta, anestesiologia, clínica e cirurgia oncológica, cardiologia, oftalmologia, nefrologia, dermatologia, imunologia e alergologia, entre outras.
Conselho multa consultórios
Todos os anos, dos autos de infração emitidos pelo CRMV-PR, muitos dizem respeito a casos de consultórios desenvolvendo atividades específicas de clínicas e hospitais. Só no ano passado, em todo Estado, oito estabelecimentos foram autuados por cometer a irregularidade. Este ano, até a primeira quinzena deste mês, foram cinco.
?Os consultórios autuados recebem multa que pode variar de R$ 500 a R$ 2 mil e é aberto um processo administrativo contra o médico veterinário responsável. Este, dependendo da gravidade do caso, pode receber desde uma advertência confidencial até uma censura pública ou cassação de registro profissional?, informa Ricardo.
Outro problema comum, é a existência de pet shops e agropecuárias que realizam consultas e vacinas sem ter consultório. Em muitos destes locais, os proprietários e funcionários, mesmo sem serem veterinários, aplicam as injeções, o que caracteriza exercício ilegal da Medicina Veterinária.
?Antes de receberem vacina, os animais precisam passar por exame clínico. Quando isto não é feito, o paciente pode estar com febre ou algum tipo de virose e ter alguma ração. Neste caso, as pessoas que não são veterinárias não sabem como agir e qual medicamento fornecer. A prática irregular gera muitos riscos à saúde dos pacientes, além de fazer com que os estabelecimentos fiquem sujeitos a multa, que pode variar de R$ 3 mil a R$ 12 mil?, diz.