Desastre no Japão

Número de mortos no Japão deve superar os 10 mil

O número de mortos em consequência do terremoto e do tsunami que atingiram o Japão deve superar os 10 mil apenas em uma província, informou um funcionário do governo japonês neste domingo, mas milhões de sobreviventes estão sem água potável, eletricidade ou comida ao longo da costa nordeste do país.

Embora o governo tenha duplicado para 100 mil o número de soldados enviados para ajudar nos resgates, eles parecem insuficientes para lidar com o que se transformou num desastre triplo: o terremoto de sexta-feira e o tsunami que o seguiu danificaram dois reatores nucleares numa usina de energia localizada na costa e pelo menos um deles parece ter sofrido um derretimento parcial, elevando os temores sobre um vazamento de radiação.

Associated Press
Destruição em Miyako, no Japão, um dia após o terremoto.

O chefe de polícia da província de Miyagi disse a um grupo de equipes de resgate que sua estimativa para o número de mortos superava os 10 mil, revelou o porta-voz da polícia Go Sugawara à Associated Press. Miyagi tem uma população de 2,3 milhões e é uma das três províncias mais afetadas pelo tremor. Apenas 379 pessoas foram oficialmente declaradas mortas em Miyagi.

A crise nuclear representa novas preocupações para quem sobreviveu ao terremoto e ao tsunami. “Primeiro, eu estava preocupado com o terremoto, agora estou preocupado com a radiação. Eu moro perto da usina, então vim até aqui para verificar se está tudo bem. Meu teste deu negativo, mas eu não sei o que fazer em seguida”, disse Kenji Koshiba, trabalhador da construção civil que foi a um centro de emergência da cidade de Koriyama, perto da usina nuclear de Fukushima.

Segundo funcionários do governo, pelo menos 1.200 pessoas morreram, dentre elas 200 cujos corpos foram encontrados neste domingo ao longo da costa, e 739 estão desaparecidas.

Em meio ao caos, uma boa notícia foi divulgada pelo Ministério da Defesa: um helicóptero resgatou um homem de 60 anos que estava na costa de Fukushima. Ele usou o telhado de sua casa, que foi varrida pelo tsunami, como uma jangada e seu estado de saúde é bom.

O Centro de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS, pela sigla em inglês) calculou que o primeiro terremoto foi de magnitude 8,9, embora os japoneses tenham elevado para 9 neste domingo. De qualquer forma, foi o tremor mais forte já registrado no Japão e foi seguido por mais de 150 réplicas.

Equipes de resgate buscam por desaparecidos ao longo da costa. Centenas de milhares de sobreviventes famintos se amontoam em centros de emergência onde não há eletricidade. Pelo menos 1,4 milhão de residências estão sem água e 2,5 milhões tiveram a eletricidade cortada. As temperaturas chegaram quase a 0ºC durante a noite.

O ministro do Comércio Banri Kaeda disse que a região devem enfrentar novos blecautes e que a energia será racionada para assegurar o envio para necessidades essenciais.

Grandes áreas do interior continuam cercadas por água e é impossível ter acesso a elas. Postos de gasolina estão fechados e as pessoas estão ficando sem gasolina para seus veículos.

Segundo a emissora pública de televisão NHK, cerca de 310 mil pessoas foram levadas para abrigos de emergência, muitos dos quais estão sem eletricidade. As informações são da Associated Press.

Kenji Shimizu/AP
Fumaça de casas em chamas na cidade de Yamadamachi, Iwate, no Japão.
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