O número de mortos em decorrência de um ataque contra uma mesquita xiita na capital afegã durante as preces de sexta-feira aumentou para 28, acima das 20 indicadas inicialmente, informou o chefe dos hospitais de Cabul neste sábado.
Dois autores do ataque morreram na explosão e outros dois foram mortos a tiros pelas forças de segurança afegãs, de acordo com a polícia. O chefe do hospital de Cabul, Mohammad Salim Rasouli, disse que mais de 50 pessoas ficaram feridas no ataque que durou cerca de quatro horas. O Ministério do Interior informou que quatro dos mortos eram policiais.
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque. O Taleban condenou a violência. Um porta-voz dos militantes, Zabihullah Mujahid, disse em entrevista por telefone que o grupo não teve nada a ver com a ação. Em declaração, o grupo afirmou que havia indicado duas pessoas para a ação. Não houve explicação imediata para o número contraditório de autores.
O presidente afegão Ashraf Ghani também condenou a violência e disse que os militantes estavam voltando a atacar locais de culto porque estavam perdendo no
campo de batalha. Ele pediu que clérigos islâmicos em todos os lugares condenassem o derramamento de sangue.
A missão de assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA) também condenou o ataque. Em um comunicado, afirmou que pelo menos dois agressores que usavam uniformes policiais invadiram a mesquita, enquanto várias centenas de fiéis, incluindo muitas mulheres e crianças, participaram das preces da sexta-feira. Um dos autores do ataque detonou seu colete suicida fora da mesquita, enquanto outro continuou a ação dentro do local, ferindo e matando indiscriminadamente as pessoas.
“O mais recente de uma série de ataques visando membros da comunidade xiita em oração não tem justificativa possível”, disse o representante especial adjunto do Secretário-Geral da ONU para o Afeganistão e chefe interino da UNAMA, Toby Lanzer. “Tais ataques dirigidos contra congregações em locais de culto são violações graves do direito internacional que podem ser crimes de guerra”.
As mesquitas xiitas do Afeganistão têm sido alvo em vários ataques nas últimas semanas. No mês passado, 32 pessoas morreram após um ataque em Herat, no oeste do país. O Estado Islâmico reivindicou o atentado e prometeu perpetrar mais ataques contra a minoria xiita afegã.
Fonte: Associated Press.