Equipes de resgate lutavam hoje em meio à lama e às fortes chuvas para limpar as rodovias nas montanhas e recuperar os corpos de mais de 160 pessoas que morreram após as dezenas de deslizamentos de terra que destruíram vilas e impediram o acesso a cidades no norte das Filipinas. Os últimos deslizamentos elevaram o número de vítimas em decorrência das chuvas, que provocaram as piores enchentes no país em 40 anos, para mais de 450.
Mais de 160 pessoas morreram nos deslizamentos em Benguet e na província da Montanha, ao longo das cordilheiras do país, localizadas a 200 quilômetros ao norte de Manila. Segundo o governador de Benguet, Nestor Fongwan, 120 pessoas morreram no local. O governador da província de Montanha informou a morte de 23 pessoas. Outras 25 teriam perdido suas vidas em Baguio, no coração da região das cordilheiras, que também teve estradas bloqueadas.
A única forma de se chegar às comunidades isoladas era a pé. Helicópteros militares não podiam voar por causa das tempestades, disse o coronel Ernesto Torres, porta-voz da agência de alívio de desastres. “Estamos concentrados nos resgates”, afirmou. “Não para de chover nas cordilheiras.”
Cerca de cem deslizamentos de terra atingiram a região desde o último final de semana, disse Rex Manuel, funcionário da mesma agência. De acordo com ele, 17 corpos haviam sido recuperados na vila de Kibungan, na municipalidade de La Trinidad, em Benguet, que foi praticamente encoberta pela lama na noite de ontem. As autoridades acreditam que cerca de 40 pessoas tenham morrido no local.
Desaparecidos
Na vila de Buyagan, também em La Trinidad, apenas três das cerca de cem casas existentes ainda eram visíveis após o deslizamento ocorrido ontem. Cerca de 50 moradores foram salvos, mas ainda não há confirmação de quantos morreram. Em Tadian, na província da Montanha, pelo menos 28 pessoas estão desaparecidas e vários corpos foram retirados do local. Outro deslizamento atingiu uma segunda vila de Tadian na manhã de hoje, mas não há informações sobre mortos ou feridos.
Meteorologistas disseram que a depressão tropical Parma não deve deixar a costa nordeste do país e que ela provocaria chuva durante a noite. A tempestade atingiu o solo mais de uma semana atrás – foi a segunda grande tempestade a atingir as Filipinas em duas semanas.