Um novo abalo sísmico secundário causou nesta sexta-feira (16) mais destruição na China, apenas quatro dias depois de um terremoto de 7,9 graus na escala Richter ter devastado a região central do país. O tremor de hoje alcançou 5,5 graus na escala Richter e atingiu Lixian, a oeste do epicentro do primeiro terremoto, em Wenchuan. O abalo secundário provocou deslizamentos de terra que bloquearam as estradas e derrubaram os sistemas de telecomunicações, recentemente consertados. "Muitos veículos foram cobertos pelos deslizamentos de terra. O número de mortos ainda não é conhecido", informou a agência de notícias Nova China.
O novo tremor ocorreu em um dia no qual o presidente chinês, Hu Jintao, visitou a região. Ele esteve na aldeia de Mianyang, no condado de Wenchuan. A área é a mais atingida pelo terremoto, que é considerado "a pior catástrofe natural" da China no período comunista.
Hu Jintao reuniu-se com o primeiro-ministro Wen Jiabao, que está em Sichuan desde a segunda-feira, quando ocorreu o terremoto, coordenando os mais de 135 mil soldados e médicos que participam dos esforços de resgate. "Neste momento, os trabalhos de ajuda entram na fase mais crucial. Nós precisamos fazer todos os esforços, correr contra o tempo e superar todas as dificuldades para alcançar a vitória final", disse Hu.
Wen pediu que as autoridades garantam a estabilidade social, já que a frustração cresce entre os sobreviventes, muitos dos quais perderam tudo e vivem em barracas ou ao relento. "Se houver o mínimo de esperança, não vamos poupar esforços. Se houver um sobrevivente nos escombros, não vamos desistir", disse Wen sobre os escombros de uma escola onde centenas estão soterrados.
Nesta sexta, uma enfermeira foi retirada dos escombros de uma clínica no condado de Beichuan 96 horas depois do terremoto. Além dela, 17 pessoas foram salvas ali nos últimos dias, informou a Nova China. Também nesta sexta, uma equipe de resgate salvou uma criança das ruínas de uma escola em Beichuan 80 horas depois do tremor. Eles disseram que podiam ouvir pedidos de ajuda entre os escombros, informou a Nova China.
Mais três pessoas foram salvas, duas dos escombros de um prédio de escritórios e outra, entre as ruínas de um hospital. Além disso, 483 crianças e professores saíram ilesos dos escombros de uma escola destruída em Beichuan.
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