Novo presidente da Representação Brasileira no Mercosul será eleito segunda

A Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul decidiu no início da tarde desta quarta-feira (23) adiar para a segunda-feira (29), em Montevidéu, a eleição de seu novo presidente. A proposta de adiamento partiu do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que defendeu a necessidade de consenso em torno de um nome para a presidência e um plano de trabalho para a comissão.

A eleição ficou marcada para as 8h30 de segunda, pouco antes da 9ª Reunião Plenária Ordinária do Parlamento do Mercosul.

"Não será bom fazermos essa escolha aqui hoje. Mesmo porque há muitos senadores ausentes. Até lá, teremos tempo de conversar e chegar a uma proposta de trabalho, muito mais que a um nome, porque há grandes desafios nos aguardando, e um exemplo é o conflito em torno da usina de Itaipu" observou Mercadante, que foi indicado como candidato por alguns parlamentares presentes.

O senador por São Paulo salientou que não se sentia em condições de disputar a eleição com o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), candidato auto-indicado. A favor de Mercadante, no entanto, o deputado Max Rosemann (PMDB-PR) argumentou que se trata de um parlamentar de destaque, respeitado internacionalmente, e capaz de dar à representação brasileira a importância que deve ter.

Arruda também declarou não querer uma disputa com Mercadante, mas rejeitou a idéia de que o escolhido deveria ser julgado por critérios como "a envergadura". Ele disse considerar a escolha como uma disputa política usual, a exemplo das que têm lugar nas comissões do Congresso Nacional.

"Só disse que topava ser o presidente porque consultei o próprio Mercadante e ele me informou que não sairia candidato" disse Inácio Arruda.

Outro citado como alguém com preparo e prestígio para o cargo foi o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que recusou a oportunidade pela segunda vez. Mercadante observou que a tarefa de tornar a comissão operante e visível "será monumental". Além dele, parlamentares como Rosemann e o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) observaram que os brasileiros pouco sabem sobre a representação brasileira no Parlamento do Mercosul. Ignoram também que terão de eleger seus membros em 2010.

A falta de importância atribuída à comissão foi justamente a alegação do senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) para renunciar ao mandato de dois anos, que agora será completado pelo eleito na segunda-feira. Em discurso pronunciado da tribuna do Senado no último dia 14, Mesquita Júnior disse que considerava "uma falta de respeito" aos 18 parlamentares (nove deputados e nove senadores) o fato de que vários ministros de Estado não responderam aos convites da comissão para debater temas relativos a suas pastas e ao Mercosul.

Desde a renúncia de Mesquita Júnior, o deputado Cláudio Diaz (PSDB-RS) assumiu interinamente a presidência da representação. No início do ano que vem a representação elegerá o presidente para um novo mandato de dois anos. A vaga, por rodízio, caberá a um deputado.

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