O novo governo da Irlanda vai respeitar as metas orçamentárias definidas no pacote de resgate de 85 bilhões de euros da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto procura convencer seus parceiros europeus a lhe dar condições melhores nos empréstimos.

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O futuro primeiro-ministro Enda Kenny está sendo pressionado a persuadir a Alemanha, principal financiadora da Europa, a reduzir a taxa de juros que Bruxelas está cobrando e dar mais tempo a Dublin para reestruturar seus bancos antes de serem definidos os termos de um acordo europeu sobre a crise da dívida, o que deve ser feito em uma cúpula marcada para os dias 24 e 25 de março.

O jornal alemão Die Welt divulgou neste fim de semana uma reportagem segundo a qual o partido da chanceler Angela Merkel (CDU) quer que os países que descumprirem o Pacto de Estabilidade e Crescimento sejam expulsos da UE.

O acordo de formação de uma coalizão entre os partidos irlandeses de centro-direita Fine Gael, de Kenny, e o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, aprovado hoje, parece visar a agradar justamente à Alemanha e passar uma borracha sobre parte do discurso anti-UE que marcou a campanha.

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Fine Gael, que vai liderar o novo governo, persuadiu o Partido Trabalhista a abrir mão da reivindicação de mais um ano para a Irlanda controlar seu déficit orçamentário. O partido espera que a maior parte dos ajustes possa ser feita por meio de cortes nos gastos.

O novo governo vai procurar reduzir o déficit atual, de quase 12% do Produto Interno Bruto (PIB), para menos do limite de 3% permitido pelo Pacto de Estabilidade até 2015. Esse prazo já foi aprovado por Bruxelas no ano passado, em meio a temores de que o crescimento fraco impeça Dublin de alcançar a data original de 2014.

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