Energia e meio ambiente são os temas que dominarão o trabalho do novo embaixador brasileiro em Londres, Carlos Augusto Santos Neves. Esses assuntos estão no foco do governo britânico e têm levantado acalorados debates na sociedade. Dois pontos são especialmente discutidos no Reino Unido: a necessidade de conservação da Floresta Amazônica e os biocombustíveis.
O sentimento sobre os combustíveis de origem vegetal é negativo atualmente em toda a Europa. Depois de serem considerados uma solução para os problemas causados pelo aquecimento global, a percepção sobre os biocombustíveis foi revertida. Agora, são considerados culpados pela devastação de florestas para o cultivo de matérias-primas e pela disparada do preço dos alimentos.
O tema é bastante sensível ao Brasil, segundo maior produtor de etanol do mundo. "Precisa haver uma argumentação correspondente do nosso lado", afirmou o embaixador brasileiro. "Esse é um fato novo", disse. Ele acredita ser necessário observar a discussão que se estabeleceu na Europa sobre o assunto e preparar um discurso argumentativo sobre o tema.
Assim como nos últimos dias, o noticiário desfavorável aos combustíveis de origem vegetal está pesado hoje. Passou a vigorar nesta terça-feira (15) a nova regra que obriga a adição de 2,5% de biocombustíveis à gasolina no Reino Unido, sob forte polêmica. "Sua produção está devastando o meio ambiente mundial. Então por que o governo está forçando o uso de mais biocombustíveis?", questiona a chamada de capa do The Independent.
Na verdade, o país adotou a medida para se adequar às metas da União Européia, definidas no inicio do ano passado, quando a avaliação sobre o etanol ainda era positiva. Mas o primeiro-ministro Gordon Brown, apesar de decidir cumprir a regra, passou a questionar o assunto. A imprensa britânica já noticiou que ele vai travar uma briga na União Européia para tentar eliminar as metas.
