Perigo

Novo caso de ebola na Nigéria deixa país em alerta

Um médico infectado com ebola no sul da Nigéria expôs dezenas de pessoas ao vírus ao continuar tratando pacientes antes de morrer, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira. A OMS anunciou que a doença matou mais de 1.900 pessoas na África Ocidental.

O médico continuou atendendo pacientes após perceber sintomas da doença e até operou duas pessoas. “Antes de ser hospitalizado, ele teve diversos contatos com a comunidade, como parentes e amigos que o visitaram em casa”, afirmou a OMS. “Durante o período de seis semanas em que esteve internado, ele foi tratado pela maioria da equipe do hospital”, completou a organização. O comunicado da OMS não especificou se a equipe médica usou luvas e outros equipamentos de proteção no tratamento.

Autoridades nigerianas acreditavam que o ebola estava contido no país mais populoso da África depois que um viajante infectado na Libéria levou a doença para Lagos, cidade no sudoeste da Nigéria. Porém um homem que teve contato com esse doente fugiu da vigilância e foi para o porto de Harcourt, onde provocou novos casos. O homem que infectou o médico foi encontrado após uma busca de quatro dias e está se recuperando.

O médico e um paciente morreram em Harcourt e a viúva e a filha do médico estão infectadas. Cerca de 60 outras pessoas estão sob vigilância após terem tido contato de “alto risco” ou “risco muito alto” com o médico infectado, informou a OMS. Mais de 140 outras pessoas estão sendo monitoradas.

“Dadas as múltiplas chances de exposição de alto risco, os casos de ebola no porto de Harcourt têm o potencial de crescer e se espalhar mais rapidamente do que em Lagos”, alertou a OMS.

O ministro da Saúde nigeriano disse que não há motivo para as pessoas entrarem em pânico na região. Já a OMS teme que a agitação entre civis e o medo público do ebola possa causar uma crise, dizendo que “escoltas militares são necessárias para ações em centros de isolamento e tratamento”.

O surto da doença na Nigéria estava limitado em comparação à Libéria, Serra Leoa e Guiné, onde houve centenas de vítimas. Autoridades nigerianas afirmaram que sete pessoas morreram no país, incluindo cinco mortes em Lagos e as duas recentes em Harcourt. Fonte: Associated Press.

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