Os vereadores da cidade de Nova York aprovaram na quarta-feira, 30, um projeto de lei que proíbe a venda de foie gras. Fígado de pato (ou ganso) alimentado à exaustão, o prato foi considerado uma iguaria por séculos, sendo vendido por cerca de mil restaurantes e mercearias da cidade norte-americana. O projeto de lei, que deve ser assinado pelo prefeito Bill de Blasio, proíbe a venda da especialidade francesa a partir de 2022.

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A medida foi tomada sobretudo depois que ativistas de bem-estar animal fizeram campanha pela proibição do foie gras – que, em francês, significa fígado gorduroso -, alegando que os métodos utilizados para sua produção são cruéis, envolvendo a deglutição forçada de uma mistura à base de milho, que é inserida por meio de um tubo na garganta das aves. Por outro lado, agricultores que produzem o alimento dizem que as aves são tratadas humanamente e não sofrem durante o processo de engorda.

Um grupo que não recebeu bem a notícia foi o dos chefs de cozinha. Para David Chang, chef do famoso restaurante Momofuku, a decisão foi míope e estúpida. “Isso é idiocracia”, destaca. Já para James Beard Jen Oringer, coproprietário do restaurante Toro em Manhattan, “poder escolher a comida” é tudo e a grande beleza dos Estados Unidos, até então, era poder optar pelo que comer. “Estive com os produtores de foie gras em suas fazendas e eles tratam os animais com a máxima integridade”, complementa.

Segundo os chefs, nenhum membro do conselho fez nenhum esforço para aprender sobre esse processo e todos se recusaram a visitar as fazendas, que são importantes fontes de emprego na região, para entender o processo. Ao todo, foram 42 votos à favor, e 6 contra, para a versão final do projeto de lei, que pede multa de até US$ 2.000 por cada violação da medida – cerca de R$ 8.000 pela cotação atual.

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Em 2012, a Califórnia também proibiu a venda de foie gras, lei que foi contestada no âmbito federal, mas mantida por um tribunal de apelações. Por sua vez, Chicago baniu o foie gras em 2006, mas a medida foi revogada dois anos depois. Países como Grã-Bretanha, Israel e Índia já proibiram a venda ou a produção da iguaria.