Descrita pelos amigos como uma pessoa “extremamente simpática e agradável”, a nova primeira-dama de El Salvador personifica a proximidade que deverá marcar as relações entre o presidente eleito no domingo (15), Mauricio Funes, e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Brasileira, a advogada Vanda Pignato integra o PT desde os anos 80. E a expectativa, garantem os colegas de legenda, é a de que ela mantenha sua filiação após a posse do novo governo.

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“Mas, a partir de agora, será provavelmente uma filiação muito mais simbólica e sentimental”, explica o assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. A intenção de Vanda de permanecer na sigla foi confirmada pelo secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, que deixou El Salvador na terça, após acompanhar as eleições. Apesar de nunca ter sido guerrilheiro, Funes venceu a disputa representando a ex-guerrilha marxista Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN).

Sem vínculo com a Frente, Vanda dedicou-se aos movimentos de solidariedade na América Latina e aproximou-se do PT ainda nos anos 80. Desde então, a petista passou a colaborar com a Secretaria de Relações Internacionais do partido. Nos anos 90, ainda durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), tornou-se funcionária da Embaixada do Brasil em San Salvador, onde passou a dirigir o Centro de Estudos Brasileiros. Uma vez instalada definitivamente em San Salvador, ela foi convidada a representar o PT na América Central.

“Ela já estava vivendo em El Salvador há muitos anos”, explicou Pomar. Agora, diz o secretário de Relações Internacionais, o partido já se prepara para buscar um substituto para a primeira-dama. “Ela vai continuar filiada, mas abrirá mão da tarefa de representar o partido. Afinal, nessa condição ela não poderá ter como prioridade falar em nome do PT”, esclareceu o dirigente.

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