Um grupo de cientistas britânicos encontrou uma nova espécie de dinossauro carnívoro no Brasil, um descobrimento que amplia o estudo sobre os animais que povoaram o continente sul-americano.
O achado, feito por cientistas e paleontólogos da Universidade de Portsmouth (sul da Inglaterra) e publicado no “Historical Biology Journal” de Londres, indicou que o dinossauro, ao qual se chamou “Mirischia Asymetrica“, media dois metros de comprimento, um metro de altura e possuía extremidades finas e dentes predadores muito perigosos. O dinossauro vivia na proximidade de lagos há cerca de 100 milhões de anos e foi achado em uma formação geológica chamada Santana, no Nordeste brasileiro.
Darren Naish, cientista do grupo de Portsmouth, explicou que se trata de “uma espécie de dinossauro desconhecida até hoje”. Ele e seu grupo reconstruíram as proporções exatas do animal, seus hábitos predatórios e sua expectativa de vida, de acordo com os fósseis encontrados no local.
Os cientistas comprovaram que essa família de dinossauros seria a primeira em um ciclo de evolução que antecedeu o surgimento das primeiras aves. Até hoje só quatro animais dessa família haviam sido encontrados no mundo, dois na China, um no centro da Europa e o quarto na ilha de Wight, no sul da Inglaterra. A espécie encontrada no Brasil é, no entanto, única e seus restos estão bem preservados.
“Descobrimos um buraco entre dois ossos que atuavam como conduto conectando a bolsa de ar e os pulmões. Isso nos permite estudar idéias sobre a anatomia dos dinossauros e seus vínculos com as aves que conhecemos hoje”, acrescentou o cientista.
“Acreditamos que esses dinossauros carnívoros viveram perto de um grande lago onde não havia muita vegetação para sobreviver. Por isso, começaram a comer peixes e outras espécies animais. Mas não eram aquáticos nem anfíbios”, disse Naish.
“A espécie Mirischia possuía longas extremidades, que nos indicam que era um grande corredor”, acrescentou.