Nova York, 03/05/2015 – David Wildstein, ex-aliado do governador de Nova Jersey, o republicano Chris Christie, admitiu ser culpado de duas acusações de conspiração relacionadas com o escândalo do fechamento intencional da ponte George Washington, em setembro de 2013. O julgamento de Wildstein tem sido acompanhando de perto pela imprensa norte-americana, já que Christie é um dos favoritos do Partido Republicano para disputar as eleições presidenciais de 2016 nos EUA.
E-mails mostra quem Wildstein mandou fechar algumas pistas que levam à ponte George Washington para causar problemas no tráfego na cidade de Fort Lee, cujo prefeito, o democrata Mark Sokolich, decidiu não apoiar a campanha de reeleição do governador republicano. Ele era um dos diretores mais importantes da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey.
Wildstein admitiu a culpa durante audiência na última sexta-feira, e sua pena poderia chegar a 27 meses de prisão, mas deve ser suavizada em função da sua colaboração com a investigação. Já Bridget Anne Kelly, ex-vice-chefe da casa Civil de Christie, e Bill Baroni, que trabalhava na Autoridade Portuária, foram acusados de nove crimes, incluindo três acusações de conspiração e quatro de fraude contra meios de comunicação. Segundo o promotor público Paul Fishman, ninguém mais deve ser indiciado no caso.
O advogado de Wildstein, Alan Zegas, disse que existem evidências mostrando que Christie sabia do esquema para fechar a ponte. Desde o começo do escândalo, o governador tem alegado que não havia sido avisado das manobras antes do episódio e que não se lembra de ter sido informado durante o problema. Ele afirma que mesmo que tivesse sido informado de um episódio de trânsito intenso na ponte, não teria considerado isso muito importante, já que seria uma situação rotineira.
Duas outras investigações separadas, uma do próprio governo de Nova Jersey e outra da Assembleia estadual, que é controlada pelos democratas, não acharam nenhuma prova da participação de Christie no escândalo. A investigação dos deputados, porém, indica fortes evidências de uma tentativa de acobertar o caso.
Durante meses Christie defendeu publicamente Wildstein, mas depois que surgiram provas da participação dele no esquema, o governador se distanciou do antigo aliado. Questionado esta semana sobre o escândalo, o republicano disse que o caso não o abala e não interfere na sua capacidade de disputar a presidência. “Eu não acho que isso tem muito a ver comigo. Esse assunto vai seguir seu curso natural, que será ditado pelas autoridades que investigam o caso”, comentou. Fonte: Dow Jones Newswires.