Um relatório divulgado por setores próximos a Barack Obama mostrou que a participação crescente dos hispânicos no processo eleitoral dos Estados Unidos pode ser a peça fundamental para a vitória do senador negro nas eleições presidenciais de novembro.
Segundo o informe do centro de estudos NDN de Washington, o número de hispânicos que participa das primárias para eleger os candidatos aumentou em 66%, em comparação às presidenciais de 2004.
O NDN indicou que "78% dos hispânicos que votaram durante as eleições primárias escolheram um candidato democrata".
O grupo (antes conhecido como New Democrat Network, mas que agora se apresenta apenas como NDN), "um centro de estudos progressista", segundo seus porta-vozes, estimou que 11,9 milhões dos 14 milhões de hispânicos registrados para votar comparecerão às urnas em novembro para eleger o sucessor do presidente George W. Bush.
De acordo com o relatório, Obama "se aproximou um pouco tarde da comunidade hispânica", mas alcançou "grandes avanços durante essa semana".
O senador de Illinois fez há poucos dias um discurso em Miami, em que explicou a sua política para a América Latina, e a algumas horas atrás, ele esteve em Porto Rico como parte da sua campanha para as prévias democratas do dia 1º de junho.
"O surgimento de um eleitorado hispânico com energia e pró-democrata poderia impactar a eleição presidencial de maneira importante", ressaltou o informe, que ainda acrescenta que o candidato republicano, o senador John McCain, encontra sérios problemas em manter a simpatia hispânica conseguida por Bush.
O NDN apontou que McCain "não está em uma posição muito forte para reagir" à tendência de aumento da afluência hispânica às urnas. Ainda destacou que McCain "’traiu’ a comunidade hispânica ao não apoiar a reforma migratória".
O senador do Arizona renegou publicamente o seu apoio à lei da reforma que ele mesmo impulsionou no Congresso até 2007, quando o texto caiu devido à pressão de setores antiimigrantes.
Por outro lado, McCain possui a simpatia de 60% a 70% dos hispânicos do Arizona, que votaram no político em diversas ocasiões, reelegendo-o para a Câmara alta.
Nesta semana, McCain lançou um site dedicado aos hispânicos que servem nas Forças Armadas. Depois de reconhecer que muitos estrangeiros estão alistados e combatem no Iraque e no Afeganistão, o senador afirmou que "eles devem entrar no país de maneira legal". "Eles enriqueceram a nossa cultura e o nosso país, tal como fizeram os imigrantes antes deles", completou.
Apesar dos hispânicos serem a maior minoria étnica do país, com cerca de 45 milhões de pessoas (15% da população), as esperanças democratas podem se ver ameaçadas pela proporção do impacto do voto latino.
O voto hispânico representou apenas 8% do total nas eleições de 2006 e 7% nas presidenciais de 2004, segundo pesquisas de boca de urna realizadas nesses períodos.
