Noruega sofre invasão de lagostas gigantes

Um verdadeiro “exército” formado por milhares e milhares de lagostas gigantes realiza um avanço implacável nas costas do sul da Noruega, onde destrói tudo o que encontra em seu caminho. O governo não sabe ao certo se tenta exterminar os animais ou explorá-los comercialmente.

Originárias do Pacífico, em Kamchatka, extremo oriental russo, essas lagostas pesam até 10 quilos e têm quase um metro de comprimento. Sua população atinge 10 milhões de exemplares e representa uma ameaça para outras espécies.

O tema preocupa ambientalistas e vários governos europeus, pois acredita-se que a praga pode avançar até Gibraltar.

Josef Stalin, recordou o jornal britânico “Daily Telegraph”, chegou a pensar que, dadas as suas dimensões, as lagostas poderiam representar uma ótima fonte de alimentação para a população de uma ampla região da ex-União Soviética.

Por razões até agora desconhecidas, nos anos 90 o número dessas lagostas começou a aumentar bruscamente e, em busca de alimento, começaram a viajar. Já estão chegando à Noruega, onde afetam sensivelmente as atividades pesqueiras, pois os crutáceos invadiram fiordes e portos.

Um especialista afirmou que, após a sua passagem, observa-se nas profundezas um “deserto submarino”, tal a depredação que essas lagostas causam a muitas outras espécies.

Pequenos moluscos e espécies há algum tempo numerosas e que podiam ser encontradas com facilidade estão virtualmente desaparecendo nessa zona do Mar do Norte, depois da passagem da horda de lagostas gigantes.

“Elas comem de tudo, musgo, peixes mortos, algas e ovos de peixes. Comem também conchas quebradas, para conseguir o cálcio de que necessitam”, relatou Lars Petter Oie, um mergulhador norueguês que faz parte de uma equipe que investiga o fenômeno.

Andreas Tveteraas, analista do Fundo Mundial para a Natureza, que trabalha em Oslo, disse que as lagostas gigantes representam um grande perigo para o equilíbrio ecológico do Mar do Norte e que sua ameaça não se limita às águas frias do norte da Europa. Teme-se que as lagostas continuem seu avanço para oeste para depois virar ao sul e chegar a Gibraltar.

Tveteraas sustentou que o governo norueguês deve enfrentar o problema com urgência, financiando uma operação para acabar com a praga ou pelo menos conter seu avanço.

As autoridades norueguesas estão na verdade indecisas entre tratar as lagostas como uma peste ou como um possível recurso alimentar.

Os mais divididos sobre a maneira de enfrentar o problema são os pescadores. Alguns obtiveram licenças para capturar esses crustáceos por estação, mas outros se queixam de que os animais saturam as redes e que sua presença faz com que a fauna marinha diminua drasticamente.

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