Rio (AE) – Das 20.451 crianças nascidas vivas e registradas no Tocantins, no ano passado, 28,3%, ou seja, 5.780, são filhas de mães com menos de 20 anos. O Estado tem a mais elevada taxa de nascimentos em mulheres nessa faixa etária, sendo que uma situação semelhante é encontrada no Pará (26,5%), Acre (26,2%) e Rondônia (26%) – todos no Norte.
Em todo o País, ao longo dos últimos dez anos, a taxa passou de 17,3%, em 1993, para 20,8%, no ano passado – um aumento de 16,8%, que, segundo o IBGE, preocupa, já que a gravidez precoce aumenta os riscos de mortalidade para a mulher e para o bebê.
Pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do instituto, Celso Simões explica que o aumento da participação de nascimentos de mães com menos de 20 anos é reflexo de uma queda drástica de fecundidade em mulheres com mais de 25 anos. "O dado tem de ser relativizado por causa disso. Mas não quer dizer que não seja um problema", enfatiza, acrescentando que Norte (25,8%) e Nordeste (23,3%) são as regiões com os piores indicadores.
Segundo ele, é necessário que sejam criadas políticas públicas localizadas, para que o indicador apresente uma melhora. "Se compararmos as taxas de fecundidade na faixa com menos de 20 anos, vamos ver que no Nordeste os números encontrados são quatro vezes maiores do que os registrados, por exemplo, no Rio, São Paulo e Distrito Federal", pontua, destacando que, embora o Estado de São Paulo lidere, em números absolutos, o ranking de nascimentos de mães com menos de 20 anos (mais de 106 mil, sendo 3.298 com menos de 15 anos), o problema é muito maior nas outras duas regiões citadas.