Os dois voluntários norte-americanos que foram infectados com ebola no Oeste da África foram considerados curados pelo hospital de Atlanta onde estavam internados. O clima na unidade de saúde nesta quinta-feira era festivo, contrastando com o ambiente estéril e apressado que marcou a chegada deles, há três semanas.

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O doutor Kent Brantly, de 33 anos, e Nancy Writebol, de 59, foram infectados com o vírus quando trabalhavam em uma clínica missionária na Libéria. Eles receberam doses da droga experimental ZMapp e foram enviados de volta aos EUA para tratamento. Brantly teve alta do hospital nesta quinta-feira e Writebol saiu da zona de isolamento da unidade de saúde na terça-feira.

“Hoje é um dia milagroso”, comemorou o médico. Ele entrou andando na sala de coletiva de imprensa, de mãos dadas com sua esposa. Uma série de funcionários do Hospital da Universidade de Emory se seguiram a ele e pararam na sua frente. “Eu estou emocionado de estar vivo, de estar bem, e de estar reunido com minha família”, ele disse, engasgando várias vezes enquanto lia um depoimento escrito.

Brantly e sua mulher abraçaram e apertaram as mãos de cada funcionário do hospital. Para alguns, este foi o primeiro contato direto que tiveram com o paciente. Na unidade de isolamento, ele estava atrás de um vidro e muitas pessoas que tratavam dele usavam roupas protetoras.

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O doutor contou que na Libéria ele e sua família ficaram sabendo da epidemia de ebola pela primeira vez em março e “começaram a se preparar para o pior”. Sua clínica recebeu o primeiro paciente com a doença em junho. Os voluntários do centro de saúde tomaram precauções à medida que mais pacientes chegaram, Brantly disse, mas não foi o suficiente. No dia 23 de julho “eu acordei me sentindo mal, e então minha vida tomou um rumo inesperado quando eu fui diagnosticado com ebola”.

O médico se isolou, ficou mais doente e mais fraco com a passagem dos dias e foi retirado da Libéria no dia 2 de agosto. “Por meio do cuidado do [grupo de voluntários] Samaritan’s Purse e dos missionários na Libéria, do uso da droga experimental e da perícia e dos recursos da equipe de tratamento do Hospital da Universidade de Emory, Deus salvou minha vida”, ele disse.

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Especialistas afirmam, no entanto, que ainda é cedo para saber se o medicamento ajudou ou se Brantly e Writebol melhoraram sozinhos, como ocorreu com outros que sobreviveram à doença. O tratamento é tão novo que ainda não havia sido testado em humanos. Fonte: Associated Press.