O banco de investimento japonês Nomura comprou o equivalente a US$ 100 milhões em bônus do governo venezuelano, na semana passada, como parte da mesma transação que colocou o Goldman Sachs no meio de uma controvérsia política.
O Nomura pagou cerca de US$ 30 milhões pela dívida, com um grande desconto, de acordo com pessoas familiarizadas ao assunto. O Goldman Sachs fez um negócio parecido, comprando o equivalente a US$ 2,8 bilhões em bônus por meio de um intermediário, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal.
As fontes afirmam que o Nomura foi abordado pelo mesmo intermediário, uma subsidiária londrina de uma pequena corretora, a Dinosaur Merchant.
Opositores venezuelanos criticaram o Goldman Sachs, alegando que o banco está ajudando um ditador que mergulhou o país numa crise econômica e social sem precedentes, referindo-se ao presidente Nicolás Maduro.
O Goldman Sachs disse que a transação foi feita no mercado secundário e não resultou no envio de novos fundos ao governo. O banco central venezuelano, que detinha os bônus, reportou um aumento de US$ 779 milhões em reservas internacionais na esteira da transação.
Ontem, um pequeno grupo de manifestantes protestaram contra a ação do Goldman Sachs na sede do banco em Nova York. (Matheus Maderal, com informações da Dow Jones Newswires e da Associated Press – matheus.maderal@estadao.com)