Terminaram nesta quinta-feira (17) as campanhas eleitorais dos candidatos às eleições presidenciais do Paraguai e, agora, em clima de tensão, se aguarda somente a eleição no final de semana. Três candidatos – o ex-bispo Fernando Lugo, da Aliança Patriótica para a Mudança (APC), coalizão de oposição que conta com setores de esquerda e de direita; o general Lino Oviedo, da União Nacional de Cidadãos Éticos (UNACE); e Pedro Fadul, do Partido Pátria Querida (PPQ) – realizaram seus respectivos comícios de encerramento. Até domingo (20), dia em que 2,8 milhões de paraguaios irão às urnas, os candidatos não poderão dar declarações à imprensa nem realizar atos públicos.
O general Oviedo, que em 1996 tentou um golpe de Estado, pronunciou discurso perante milhares de simpatizantes na frente do Panteão dos Heróis, onde estão enterradas as principais personalidades da História do Paraguai. Oviedo prometeu pragmatismo e a inclusão dos pobres. O empresário Pedro Fadul, prometeu, se eleito, administrar o Paraguai com visão empresarial e deixar de lado a "politicagem". O ex-bispo Lugo reuniu dezenas de milhares de militantes na praça na frente do Congresso Nacional. Seu comício contou com a participação de artistas paraguaios e argentinos.
Blanca Ovelar, candidata do governista Partido Colorado realizou seu encerramento de campanha na quarta-feira (16) à noite, com a presença do presidente da República, Nicanor Duarte Frutos. As últimas pesquisas indicam que Lugo estaria em primeiro lugar, com uma confortável vantagem em relação aos outros candidatos. O segundo lugar é disputado por Ovelar e Oviedo. Fadul está em um distante quarto lugar.
Os assessores de Lugo informaram que não reconhecerão no domingo a validez dos resultados parciais das eleições presidenciais, já que temem fraude. Segundo o senador Juan Carlos Ramírez, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que integra a coalizão de Lugo, a Justiça Eleitoral não permitiu que seus representantes possam integrar seu sistema de transmissão de dados desde os lugares de votação para efetuar uma verificação conjunta. "Por este motivo, rejeitamos sua validez", ressaltou. No entanto Ramírez sustentou que a derrota do Partido Colorado "é um fato consumado, impossível de reverter".
