Em visita de Estado ao Brasil, o presidente de Israel, Shimon Peres, discursou em sessão solene do Congresso Nacional e aproveitou para enviar mensagens à Síria e à Autoridade Palestina em favor da retomada das negociações de paz. Mostrou-se, porém, menos afável em relação ao presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, que visitará o Brasil no próximo dia 23. Afirmou que a política do atual governo de Teerã representa um perigo mundial e impede a criação do Estado da Palestina.

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“O governo do Irã está se armando e alimentando o terror do Hamas e do Hezbollah”, afirmou Peres. “O Irã ajuda o Hamas a tratar mal a Autoridade Palestina e impede a criação do Estado da Palestina”, declarou. Destacou que, apesar de não existir um Estado palestino legitimamente constituído, Israel aceitou manter negociações com líderes palestinos e reconhece o direito desse povo de criar seu Estado.

O presidente fez a ressalva de que, historicamente, o Irã nunca foi inimigo de Israel, mas este “não pode tolerar a presença de armas nucleares (em território iraniano).” Em declaração direta a Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, que também visitará o Brasil neste mês, lembrou que ambos passaram por momentos muito difíceis em processos anteriores de negociações de paz, mas afirmou que o Hamas, grupo político que controla a Faixa de Gaza, transformou essa região num “campo de guerra”.

Peres mostrou-se otimista, porém, com a possibilidade de retomada e conclusão das negociações de paz de Oslo (Noruega). Declarou que Israel está pronto para fazer concessões “difíceis e dolorosas” e que acredita ser possível, com ousadia, alcançar a paz em um a dois anos. Na mensagem ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, Peres o conclamou à retomada de uma “negociação direta, sem intermediários e sem adiamento” com vista ao acordo final sobre a devolução das colinas de Golã por Israel.

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