As reservas para voar no próximo 11 de setembro em aviões que cruzem os céus dos Estados Unidos caíram em mais de um terço em relação ao ano passado. Por essa razão, várias companhias aéreas estão cancelando muitas partidas, já que os americanos têm medo de voar no primeiro aniversário dos atentados contra o Pentágono e as Torres Gêmeas.
“Vamos reduzir levemente nosso esquema de vôos para esse dia porque prevemos uma queda no tráfego”, confirmou Chris Brathwaite, porta-voz da United Airlines, “mas será apenas no dia 11 de setembro”.
“Teria de estar louca para voar em um avião que passe próximo a um possível alvo” de novos atentados, disse Naomi Shareef, uma garçonete de Nova York, sintetizando os temores dos americanos, ainda abalados pelos ataques de setembro do ano passado, quando um grupo de seqüestradores lançou um avião contra o Pentágono e dois contra as Torres Gêmeas de Nova York, matando cerca de 3 mil pessoas.
A queda em um terço das reservas para voar em 11 de setembro “não é surpreendente, levando-se em conta os temores que permanecem entre as pessoas”, explicou Con Hitchcock, especialista em turismo da empresa Orbitz, a principal operadora de venda de passagens aéreas pela Internet.
Segundo Hitchcock, além do medo existe outra razão que fez com que caíssem as reservas para voar. “Trata-se de um aniversário muito significativo e sabemos que muitas escolas, comunidades e igrejas estão preparando comemorações”, disse ela. “Não me espantaria que as pessoas preferissem ficar com seus familiares e amigos ao invés de partir em viagem”.
Prevê-se que o próximo 11 de setembro será um dia de reflexão e introspecção nos Estados Unidos, onde as imagens dos aviões se chocando contra as Torres Gêmeas e os rostos dos mortos nas fotografias que continuam circulando nos memoriais mantêm vivos os temores e a emoção.
O presidente George W. Bush recordará o aniversário viajando a Nova York, visitando o Pentágono e também o terreno na Pensilvânia onde caiu o quarto avião, o vôo 93 da United Airlines que os seqüestradores não conseguiram fazer se chocar contra seu alvo.
A maioria dos americanos, no entanto, preferirá ficar em casa, devido ao medo que continua despertando a lembrança das chamas que devoraram as Torres Gêmeas. “Uma pessoa deve apreciar os riscos para viajar nesse dia e eu não sou esse tipo de pessoa”, explicou Al Snyder, empresário da Virgínia.
A especialista da Orbitz sustentou que ainda é cedo para fazer especulações mais sérias sobre quanto cairá a venda de passagens aéreas para 11 de setembro. Mas os comentários que se escutam parecem antecipar um dia com poucos passageiros nos aeroportos americanos.
Polícia de Nova York terá plano especial de segurança em 11 de setembro
As agências de segurança americanas vêm emitindo alertas sobre atentados regularmente desde setembro passado, alguns dos quais despertaram sérios temores entre os habitantes do país. Nesse sentido, a queda na venda de passagens para a data fatídica pode ser explicada como “algo completamente psicológico”, afirmou Thom Nulty, presidente da Navigant International, uma das maiores agências de viagem.
David Stempler, presidente da Air Travelers Association, admitiu que “sim, é difícil convencer as pessoas de que os céus não serão mais perigosos no próximo 11 de setembro”. A polícia de Nova York já anunciou que terá um plano especial de segurança para 11 de setembro e muitas organizações civis e governamentais estão cancelando atividades previstas para esse dia.
Na manhã de 11 de setembro de 2001, um grupo de 19 fundamentalistas islâmicos, presumivelmente pertencentes à rede terrorista Al Qaeda, se apoderou de quatro aviões comerciais americanos.
Depois de render as tripulações, os seqüestradores fizeram chocar os vôos 11 da American Airlines e 175 da United contra as Torres Gêmeas de Nova York e o 77 da United contra o Pentágono.
Os extremistas que capturaram o vôo 93 da United não conseguiram atingir seu objetivo (provavelmente a Casa Branca ou o Capitólio) e o avião caiu em um terreno da Pensilvânia. (ANSA).
