Os nigerianos se preparavam hoje para a eleição presidencial de amanhã, da qual participam um presidente acidental e uma série de candidatos opositores com ligações com o norte do país, rico em petróleo. O presidente Goodluck Jonathan, um cristão do sul, é o candidato do partido governista nigeriano. Dentre os competidores está o ex-dirigente militar Muhammadu Buhari, que tem ganhado grande apoio da população em todo o norte da Nigéria.

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No Estado natal de Buhari, Katsina, todos os comerciantes parecem unidos pelo homem que travou uma “guerra contra a indisciplina” no país durante seu breve governo na década de 1980. Sani Shitu, de 50 anos, disse que o ex-dirigente militar teve o poder de lutar contra a corrupção generalizada que consumia do governo. “Chegou a hora de a Nigéria ter um líder forte”, disse Shitu. “Chegou o tempo da mudança.”

Jonathan se tornou presidente no ano passado após a morte do líder eleito Umaru Yar’Adua, muçulmano no norte. Alguns acreditam que devido ao fato de Yar’Adua não ter governado por dois mandatos, o próximo presidente deveria ser outro muçulmano, e não o cristão Jonathan.

Também concorre o ex-czar anticorrupção, Nuhu Ribadu, o candidato do partido opositor Congresso para Ação da Nigéria. Porém, se for mantida a tendência da eleição para a Assembleia Nacional, realizada na semana passada, o partido de Ribadu vai ganhar no sudoeste, enquanto o Congresso para a Mudança Progressiva, de Buhari, conquistará a vitória no norte.

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Os dois partidos não devem conquistar vitórias absolutas, mas podem forçar a realização de um segundo turno. De acordo com a legislação nigeriana, um candidato vence somente se conquistar pelo menos um quarto dos votos em pelo menos dois terços dos Estados e na capital.

Muitos esperam que a eleição deste sábado ajude a Nigéria a se recuperar de anos de votações fraudulentas desde que se tornou uma democracia, apenas 12 anos atrás. Observadores internacionais rejeitaram a eleição de 2007, considerando-a marcada pelo vandalismo, embora tenha representado a primeira transferência de poder de um civil para outro. As eleições legislativas da semana passada ocorreram, na maior parte, sem intimidações e fraudes vistas nos pleitos anteriores, embora bombas tenham explodido no nordeste do país.

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As autoridades fecharam ontem as fronteiras terrestres do país e agências de segurança planejam colocar em prática um toque de recolher nacional a partir das 22 horas desta sexta-feira. As pessoas também ficarão confinadas em seus bairros até a noite de amanhã.

“Estas ordens têm como objetivo permitir que os agentes de segurança monitorem as atividades de meliantes, bandidos e outros criminosos que possam planejar usar a véspera da eleição para realizar atos nefastos para prejudicar o andamento das eleições”, disse a polícia federal nigeriana em comunicado. As informações são da Dow Jones.