Nigéria vive onda de violência após eleições

Vários corpos queimados e com ferimentos jaziam hoje em ruas, enquanto uma coluna de fumaça se elevava sobre Kaduna, no norte da Nigéria. Houve uma explosão de violência na cidade, gerada pela ira dos partidários da oposição muçulmana e pelo anúncio da vitória em primeiro turno do presidente cristão Goodluck Jonathan.

Nas rodovias das proximidades de Kaduna, havia restos de micro-ônibus e automóveis incendiados. Podiam ser vistos seis corpos queimados. Um rastro de gorros e sandálias na área mostrava a pressa com que pessoas fugiram do local, em meio ao caos.

As autoridades e grupos de ajuda não divulgaram balanços sobre o número de mortos pela onda de violência, temendo incitar atos de represália. A Agência Nacional de Administração de Emergências confirmou que houve mortes e a Cruz Vermelha Nigeriana afirmou hoje que quase 400 pessoas ficaram feridas.

Em discurso televisionado, Jonathan disse ontem que “a ambição política de ninguém vale o sangue de um nigeriano”. Horas depois, o presidente suspendeu o ministro de Interior, Emmanuel Iheanacho, argumentando que “a direção política do ministério incorreu em várias faltas”.

Ontem, partidários do candidato opositor Muhammadu Buhari incendiaram as casas de membros do partido governista em diversas regiões do país. No povoado de Kano, no norte do país, o reverendo Lado Abdu disse que manifestantes incendiaram três igrejas. Um grupo armado em um terminal de ônibus ameaçou um pastor evangélico, que foi levado a um lugar seguro por um muçulmano.

Milhares de pessoas foram assassinadas por causa da violência religiosa na última década na Nigéria, o país mais populoso da África. As raízes desse conflito sectário muitas vezes se confundem com lutas pelo domínio político e econômico do país. As informações são da Associated Press.

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