O coronel do exército da Nigéria, Usman Yusuf, disse que deu início a negociações diretas de desarmamento com as milícias locais, no que parece ser o primeiro reconhecimento público de conversações entre militares e rebeldes desde que o presidente do país, Umar Yar’Adua, fez uma oferta de anistia esta semana. Membros do exército e os rebeldes haviam dito antes que nenhum contato havia sido feito, apesar das promessas de ambos os lados de encerrar o conflito na região do Delta do Níger.
As negociações podem representar o primeiro passo para aliviar os conflitos, que já provocaram a interrupção de 500 mil a 1 milhão de barris por dia da produção de petróleo na maior bacia petrolífera da África. Yusuf disse que sua área de responsabilidade cobre o Estado de Rivers, o mais rico do Delta, e que está conversando com grupos de manifestantes localizados em Elem Minama and Kula. Essas duas comunidades estão próximas de oleodutos operados por uma unidade da Royal Dutch Shell atacada no ano passado.
O principal guarda-chuva para os grupos de milícias, o Movimento pela Emancipação do Delta do Níger (Mend), pede mais igualdade na distribuição da renda proveniente do petróleo e vinha consistentemente rejeitando as propostas do governo. Mas Farah Dagogo, um dos principais líderes do grupo, disse à agência “Dow Jones” que a oferta de anistia do governo poderá ser aceita se um outro líder do movimento, Henry Okah, for libertado.
Kennedy West, presidente da Associação para a Não-violência no Delta do Níger e que atua como mediador entre o exército e os militantes, confirmou as negociações e as classificou como “um grande passo”. Segundo ele, “esta é a primeira vez” que o exército do país entra em negociações desse tipo, que, segundo ele, são cruciais para qualquer processo de desarmamento. As informações são da Dow Jones.