A Nicarágua aceitou hoje que o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, visite o país e a Costa Rica, como forma de superar uma disputa fronteiriça levada ao organismo multilateral. O presidente do Conselho Permanente, o salvadorenho Joaquín Maza, informou que Insulza viajará para a América Central, porque “as duas nações concordam em abrir um espaço para que o secretário-geral realize gestões para superar a situação”. O Conselho Permanente retomará a sessão extraordinária sobre o tema na próxima terça-feira, uma vez concluída a visita de Insulza.
O Conselho Permanente retomará a reunião no dia 9 deste mês, após a visita de Insulza à região fronteiriça entre Nicarágua e Costa Rica. O acordo marca uma mudança na postura da Nicarágua, cujo embaixador na OEA, Denis Moncada, se pronunciou contrário, na véspera, a uma intervenção da organização, como a Costa Rica pediu ontem em um projeto de resolução.
A Costa Rica havia pedido que a Nicarágua retirasse seus soldados do território costa-riquenho e suspendesse as dragagens realizadas no rio San Juan, na fronteira entre os dois países. Segundo a Costa Rica, as dragagens afetam a integridade ambiental do rio. O San Juan é um rio que nasce no Lago da Nicarágua e tem a foz no Mar do Caribe, após percorrer quase 200 quilômetros.
Há quase 200 anos o rio San Juan, que demarca a fronteira entre Nicarágua e Costa Rica, é fonte de uma disputa territorial entre os dois países. No ano passado, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia (Holanda) definiu a liberdade de navegação para embarcações pequenas no San Juan, ao mesmo tempo que reafirmou o direito da Nicarágua regulamentar o tráfego fluvial. As informações são da Associated Press.