Israel e os Estados Unidos se mostraram empenhados em negar qualquer desentendimento público sobre os assentamentos na Cisjordânia. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse hoje, antes do encontro com o enviado norte-americano para o Oriente Médio, George Mitchell, em Londres, que busca um acordo que permita a realização de construções nos assentamentos e a retomada das negociações de paz com os palestinos. Na semana passada, Israel e os EUA sinalizaram que um acordo pode ser alcançado.
Falando ao lado de Mitchell antes da reunião, Netanyahu afirmou que esperava retomar as negociações de paz “rapidamente”. No entanto, nos dias anteriores o primeiro-ministro deixou claro que vê o foco nos assentamentos como algo injusto e insistiu que o conflito no Oriente Médio ocorre pela postura das nações árabes diante de Israel. O tema dos assentamentos deve voltar à pauta amanhã, quando Netanyahu se encontra com a chanceler alemã Angela Merkel, em Berlim.
Nos assentamentos vivem 300 mil israelenses, o que dificulta uma retirada. Porém, os palestinos querem as terras na Cisjordânia para seu futuro Estado independente. Na área vivem aproximadamente 2,5 milhões de palestinos. Mas uma pesquisa divulgada hoje mostra que o congelamento dos assentamentos seria uma medida impopular em Israel. Quase dois terços dos consultados se opõem à medida, mesmo em troca da normalização dos laços com os países árabes. A pesquisa, da empresa Maagar Mohot, tem margem de erro de 4,5 pontos.
Assessores levantaram a possibilidade de um encontro entre Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, no mês que vem, quando ambos estarão em Nova York para a realização da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Funcionários norte-americanos também sugeriram que um acordo poderia estar próximo.