Netanyahu promete coalizão ampla após eleição

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu a partidários nesta quarta-feira formar uma coalizão o mais ampla possível, após a eleição parlamentar de Israel terminar em um impasse entre o bloco dele e os partidos de centro-esquerda. De acordo com a imprensa israelense, foram apurados 99,8% dos votos e cada bloco conquistou 60, de 120 cadeiras do Parlamento.

Ele disse que o próximo governo será construído com base em princípios que incluem reforma do sistema contencioso de concessão de isenções de projetos de homens judeus ultraortodoxos e a busca de uma “paz genuína” com os palestinos. Ele não especificou, mas a mensagem parecia destinada ao israelita Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid que ficou em segundo lugar nas eleições de ontem no país.

Netanyahu chamou Lapid mais cedo e se ofereceu para trabalharem juntos. “Nós temos a oportunidade de fazermos grandes coisas juntos”, afirmou o primeiro-ministro. Lapid também pediu a formação de uma governo amplo.

“Eu peço aos líderes do establishment político para trabalhar junto comigo para formar um governo tão amplo quanto possível, que terá forças moderadas da esquerda e da direita, para que sejamos capazes de provocar mudanças reais”, afirmou Netanyahu a simpatizantes após os resultados iniciais do voto serem divulgados hoje.

A meta de uma coalizão ampla não será fácil, no entanto, e forçará o primeiro-ministro a tomar decisões difíceis. Em uma entrevista na semana passada, Lapid disse que não seria uma “camuflagem” para uma agenda de pacificação linha-dura. Um importante membro do Yesh Atid, Yaakov Peri, disse hoje que o partido que não vai aderir, a menos que o governo se comprometa a iniciar a inclusão de ultraortodoxos no serviço militar, diminuir o custo de vida elevado do país e retornar às negociações de paz.

“Nos temos linhas vermelhas. Nós não vamos cruzar essas linhas, mesmo que isso nos custe lugares na oposição”, afirmou Peri ao canal TV 2.

A posição poderá forçar Netanyahu a prometer aberturas – talvez muito maiores do que ele imaginava – para retomar as negociações de paz novamente. Mas uma posição mais rigorosa tomada por tradicionais e futuros aliados linha-dura poderá impor grandes obstáculos para a construção de coalizões.

A experiência também mostra que as promessas feitas durante as negociações da coalizão nem

sempre são bem-sucedidas. Partidos centristas formaram no passado coalizões dominadas por linhas-duras, só para saírem mais tarde, frustrados com impasses no processo de paz. O Yesh Atid ainda não explicitou condições específicas que colocará sobre essa questão.

As informações são da Associated Press.

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