As forças terrestres israelenses invadiram a Faixa de Gaza porque todos os outros meios para interromper o disparo de foguetes por militantes palestinos falharam, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Horas depois de os soldados israelenses receberem ordens para entrar em Gaza para destruir túneis usados para contrabandear armas e outros bens para o território costeiro, o premiê israelense disse que não havia garantia de 100% de sucesso, mas acrescentou que “estamos fazendo tudo o que podemos para alcançar o máximo.”
Após 10 dias de bombardeios aéreos e do fracasso de um cessar-fogo patrocinado pelo Egito, Israel amplia sua operação militar para estabelecer o que descreveu como uma nova “realidade” com o Hamas, iniciada por volta das 22h da quinta-feira (horário local).
O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, condenou a operação em solo como “um passo perigoso cujas consequências não foram calculadas”, segundo comunicado do grupo.
Até a manhã desta sexta-feira, 17 combatentes palestinos e um soldado israelense – possivelmente vítima de fogo amigo – haviam morrido, informou o Exército de Israel.
Funcionários da área da saúde em Gaza disseram que o número de mortos no conflito subiu para 260 e que cerca de 2 mil pessoas ficaram feridas, dados que, afirmam incluem um alto número de civis. Um civil israelense também foi morto.
A incursão terrestre israelense foi acompanhada por pesados ataques aéreos e mais alertas para moradores palestinos, pedindo que eles saíssem de suas casas. A operação abrange toda a faixa de 57 quilômetros de fronteira israelense com Gaza, disseram os militares.
O tamanho exato da incursão israelense em Gaza, incluindo o número de tanques e outros veículos blindados, não foi divulgada. O Exército de Israel disse apenas que infantaria, blindados, engenharia e unidades de artilharia, apoiados pela Força Aérea e pela Marinha, participam da operação.
Durante a noite, Israel atacou uma reunião em Khan Younis, sul do território, na qual nove pessoas – entre 23 e 35 anos morreram, informaram autoridades de Gaza. O Hamas disse que seus combatentes entraram em confronto com soldados israelenses em Beit Hanoun, Khan Younis, Rafah e Umm Al Nasr, uma vila onde fizeram uma emboscada para os soldados.
Mesmo antes da operação terrestre ter início, o crescente número de civis mortos e desalojados em Gaza já era alvo de crescente preocupação internacional. Aumenta também a pressão para que Israel e o Hamas encerrem os combates. Fonte: Dow Jones Newswires.