É tempo de Israel lutar contra aqueles que boicotam o Estado judeu, conclamou nesta segunda-feira o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusando de “antissemitismo” os grupos que participam da mobilização.
Os comentários coincidem com o aumento das preocupações em Israel com o movimento pró-Palestina conhecido como “Boicote, Desinvestimento e Sanções” (BDS). O boicote tem crescido recentemente, principalmente na Europa, onde algumas empresas e fundos de pensão têm cortado investimentos ou comércio com empresas israelenses ligadas a assentamentos na Cisjordânia.
“No passado, antissemitas boicotaram empresas judaicas e hoje eles falam em um boicote ao Estado judeu, e por sinal, somente ao Estado judeu”, afirmou Netanyahu. “Eu acho que é importante que o boicote seja exposto porque eles são clássicos antissemitas vestidos em trajes modernos.”
Muitos israelenses dizem que o boicote tem fortes conotações “antissemitas” e destina-se a deslegitimar o Estado judeu como um todo, e não apenas as suas políticas em relação aos palestinos. Para eles, o movimento evoca o que ocorreu antes e durante a Segunda Guerra Mundial, quando acadêmicos judeus foram expulsos de universidades e negócios de judeus tornaram-se alvo de vandalismo.
Ativistas do BDS afirmam que os objetivos são diferentes e que o boicote vai durar até que haja um acordo de paz. O movimento tem o apoio de intelectuais, políticos e religiosos de diversas partes do mundo.
Recentemente, o ministro das Finanças de Israel, Yair Lapid, admitiu que o país poderia sofrer se as negociações de paz com os palestinos fracassarem.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que está intermediando as negociações com os palestinos, também advertiu que Israel poderia se tornar cada vez mais alvo de boicotes se não houver um acordo de paz. Fonte: Associated Press.