O ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner, voltou ao estilo de campanha durante um encontro partidário ontem, dizendo que ele e sua mulher, a presidente Cristina Kirchner, querem permanecer no poder por mais uma década. “Nós decidimos governar até 2020”, disse Kirchner durante um discurso a integrantes do partido e que mais parecia um comício, na província de Chaco.
Falando à frente de pôsteres gigantes do ícone do partido, Juan Domingo Perón, Kirchner formalmente tomou a liderança do partido, que estava com o governador de Buenos Aires e incondicional aliado de Néstor Kirchner, Daniel Scioli. Néstor Kirchner liderou o partido até junho do ano passado, quando deixou o cargo após sofrer uma grande derrota nas eleições para o Congresso. Ele abandonou a vida pública por algumas semanas enquanto preparava uma estratégia para reconquistar o apoio de desafetos peronistas que ocupam prefeituras e governos, além de outros líderes do partido.
O discurso de Kirchner é a mais clara indicação de que ele e sua mulher não têm intenção de deixar o poder depois que o mandato de Cristina terminar em 2011. O que não está claro, porém, é o qual dos Kirchners vai concorrer à presidência no ano que vem. Néstor governou o país de 2003 a 2007, quando seu mulher venceu a eleição presidencial. Analistas especularam, na época, que os Kirchners tentariam superar os limites dos mandatos ao ocuparem a presidência alternadamente.
O problema é que Néstor Kirchner aparece na lista dos políticos mais impopulares da Argentina, segundo pesquisas de opinião, enquanto a aprovação de Cristina fica por volta de 20%. Para vencer em 2011, um deles precisaria conquistar apoio substancial tanto de integrantes, quanto de dissidentes do Partido Peronista, além de roubar o apoio ao também peronista e ex-presidente Eduardo Duhalde, que já declarou seus planos para concorrer à presidência no ano que vem. As informações são da Dow Jones.