O Nepal marcou nesta quinta-feira (29) seu reinício como uma república retirando a bandeira real do principal palácio de Katmandu. Ontem (quarta/28), a monarquia foi abolida do país, após 239 anos, e o rei recebeu um prazo de quinze dias para deixar a residência monárquica. A decisão de instaurar uma república foi tomada em uma votação realizada pela recém-eleita Assembléia Constituinte.
A medida foi o ponto culminante de dois anos de negociação de paz durante os quais os rebeldes comunistas nepaleses passaram de um grupo de insurgentes temidos para a principal força política nacional. Milhares marcharam, dançaram e cantaram nas ruas de Katmandu após a votação. Foram lançados fogos de artifício e havia bandeiras com dizeres contra o rei Gyanendra.
Nesta quinta-feira as comemorações estavam mais contidas. Esse foi o segundo dos três dias do feriado nacional decretado para marcar a proclamação da república. Houve pequenos confrontos entre a polícia e a multidão perto do palácio real. As forças de segurança utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
Horas depois houve a troca das bandeiras. Segundo um funcionário que falou sob condição de anonimato, a atitude era "uma decisão do governo para mostrar que o Nepal é agora uma república".
Não houve até agora nenhuma manifestação de Gyanendra, de 61 anos. O monarca permaneceu em silêncio nos últimos meses, período em que se consolidava o fato de que a monarquia estava com os dias contados no país.
