O presidente do Sudão, Omar Bashir, declarou a correligionários nesta quarta-feira (18) que “nenhum tribunal internacional nem o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) podem tocar em mim”. As palavras desafiadoras de Bashir com relação à ordem de prisão expedida contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) foram feitas nesta quarta durante um discurso em Nyala, no sul da região sudanesa de Darfur. No discurso, Bashir acusou o Ocidente de tentar separar Darfur do restante do país e de operar para “criar uma situação caótica no Sudão”.

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Esta é a segunda visita de Bashir a Darfur desde 4 de março, quando o TPI expediu uma ordem de prisão contra ele para que responda por acusações de crimes de guerra na região. De acordo com estimativas da ONU, mais de 300 mil pessoas morreram e cerca de 2,5 milhões foram obrigadas a fugir em cinco anos de conflito em Darfur. A violência começou quando integrantes de tribos africanas da região pegaram em armas e rebelaram-se contra o governo sudanês. As tribos africanas queixam-se de décadas de negligência e discriminação. O governo iniciou então uma repressão durante a qual uma milícia árabe cometeu atrocidades contra a comunidade africana.

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