O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, disse nesta terça-feira, 3, que dificilmente fará uma coalizão com o Podemos, partido de extrema esquerda. “É inviável”, disse Sánchez, falando de falta de confiança entre seu Partido Socialista (PSOE) e o Podemos, depois de duas tentativas fracassadas de formar um novo governo em julho.

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Nesta terça-feira, 3, Sánchez deu uma última cartada e ofereceu ao Podemos 370 medidas para garantir um governo “à portuguesa” – em Portugal, os socialistas conseguiram um acordo improvável com três partidos de extrema esquerda em uma coalizão apelidada de “geringonça”.

O Podemos aceita participar do governo, desde que seja em uma coalizão – até o ano passado, o partido apoiava Sánchez, mas não fazia oficialmente parte do governo. “A política não pode ser com base na confiança, mas em garantias. Um governo de coalizão é a única garantia para implementar políticas que podem mudar a vida das pessoas”, disse Pablo Iglesias, líder do Podemos.

O PSOE, porém, rejeita a coalizão com os extremistas e as negociações estagnaram, aproximando a Espanha de novas eleições. Uma das maiores divergências é sobre a questão catalã – o Podemos defende a realização de um referendo vinculante, o que é rejeitado por Sánchez.

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“Hoje, não há condições para sermos parceiros do governo, mas isso não quer dizer que temos de ser adversários. Temos de ser aliados leais”, disse o premiê. Por isso, para evitar um nova votação, Sánchez ofereceu uma alternativa, a negociação do que chama de “programa comum progressista”.

Relembre:

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Para o premiê socialista, as 370 medidas estão “em sintonia” com as políticas do Podemos, defendendo uma maior justiça social, fiscal e ambiental, dando prioridade à luta contra as mudanças climáticas – entre as propostas está o objetivo de atingir 85% da produção de energia na Espanha a partir de fontes de energia renováveis até 2040.

Iglesias reconheceu que as propostas de Sánchez “soam bem” e prometeu analisá-las nos próximos dias. “Não vamos descartá-las (as medidas) em duas horas, como o PSOE fez com nossas propostas.” (Com agências internacionais)