Na Suiça

Negociações sobre programa nuclear do Irã ficam sem acordo

As negociações para conter o programa nuclear do Irã acabaram sem acordo no início deste domingo após a França dizer que as medidas propostas não foram longe o suficiente. Já secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou que um “progresso significativo” foi feito sobre as diferenças remanescentes. Os seis poderes mundiais e o Irã concordaram em retornar as negociações no dia 20 de novembro.

As reuniões mostraram a grande complexidade que os negociadores enfrentam devido a desconfiança entre o Irã e o Ocidente desde a Revolução Islâmica de 1979. Qualquer acordo será um avanço depois de cerca de uma década de discussões principalmente inconclusivas.

As autoridades iranianas disseram que o país fez progresso com os poderes mundiais durante as negociações, mas insistiu que a nação não poder ser pressionada a abandonar seu enriquecimento de urânio. As declarações repetem as feitas no passado sobre o “direito” do país de produzir combustível nuclear, que é um elemento importante das negociações sobre seu escopo. Mas o presidente Hassan Rouhani e seus principais enviados tentaram assegurar aos críticos linha-dura no país que o Irã não fará grandes concessões nas discussões.

Os EUA e seus cinco parceiros estão buscando limitar inicialmente a capacidade do Irã de produzir bomba atômica, enquanto o Teerã deseja o relaxamento das sanções impostas à economia. Mas as preocupações da França sobre o projeto de plutônio e sobre o nível de enriquecimento do programa do Irã não diminuíram.

Em entrevista a jornalistas após as negociações, Kerry reconheceu que há “certas questões que nós precisamos trabalhar”. “Nós somos gratos à França por trabalhar junto conosco”, acrescentou.

As negociações realizadas em Genebras são as mais longas de alto gabarito entre o Irã e os EUA em décadas, em um sinal de melhora do clima entre as duas nações desde que o moderado presidente iraniano Hassan Rouhani assumiu o posto em agosto.

As perspectivas de um acordo diminuíram, contudo, após o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, levantar objeções a um plano com o qual o país tinha concordado anteriormente. Fabius falou que “há vários pontos com os quais não estamos satisfeitos em comparação com o primeiro texto”. O ministro não forneceu mais detalhes, mas parece que a França deseja restrições mais duras para o reator que fabricará plutônio, e sobre parte do programa de enriquecimento de urânio.

Apesar de Kerry ter minimizado publicamente as diferenças com Fabius, outros diplomatas que participaram das negociações disseram que as objeções de última hora foram uma surpresa e complicaram as chances de um acordo. Fonte: Associated Press.

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