Delegados do governo do Congo e das forças rebeldes iniciaram nesta segunda-feira (8) a negociação para um acordo de paz apoiadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A intenção é encerrar a violência que já forçou mais de 250 mil pessoas a abandonarem suas casas no leste congolês desde agosto. O enviado especial da ONU para o Congo, Osulegun Obasanjo, disse que as conversas têm como objetivo permitir um cessar-fogo duradouro e a entrega de produtos na região. Porém, nem o líder rebelde Laurent Nkunda nem o presidente do Congo, Joseph Kabila, estavam presentes.
Kabila tem se recusado a se reunir com Nkunda dizendo que um encontro legitimaria os rebeldes. Mais de 250 mil pessoas fugiram de suas casas desde que os rebeldes, liderados por Nkunda, lançaram uma ofensiva, em 28 de agosto. O confronto é o último de uma série em anos de conflito, que começaram quando combatentes hutus envolvidos no genocídio de Ruanda fugiram para o Congo, após matarem 500 mil tutsis em 1994.
Nkunda afirma que combate para proteger as minorias no Congo, especialmente os tutsis étnicos. No entanto, os críticos apontam que o interesse principal de Nkunda é ganhar poder e riquezas minerais do país. Mas tanto forças do governo quanto rebeldes são acusadas por estupros, mutilações e assassinatos de civis. Há uma força de 17 mil mantenedores de paz no país, que deve ser reforçada com mais 3 mil homens. A agência da ONU para refugiados informou que mais de 30 mil congoleses fugiram para a vizinha Uganda, desde agosto.
