As negociações da Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial do Comércio (OMC), continuam nesta terça-feira (29), com a disputa em torno das questões envolvendo medidas relacionadas às tarifas de importação ainda pendentes. “A situação é muito tensa há um equilíbrio frágil, e o resultado é incerto”, afirmou o porta-voz da OMC Keith Rockwell.

continua após a publicidade

Para os ministros que estão em Genebra, as negociações desta terça devem determinar se haverá ou não um acordo que concluirá a Rodada Doha. “Deveria haver um acordo hoje considerando-se o que está em risco”, afirmou o comissário de comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson.

O que mais está emperrando o progresso das negociações são medidas relacionadas às tarifas de importação, como o Mecanismo Especial de Salvaguardas (SSM, na sigla em inglês). O mecanismo permite que os países protejam os produtores pobres impondo uma tarifa especial sobre certos produtos agrícolas se houver um aumento na importação ou queda no preço.

Alguns países em desenvolvimento, como a Índia, não aceitam a proposta da OMC, que prevê uma tarifa extra de 15 pontos porcentuais somente quando houver um aumento de 40% nas importações. Para o grupo de países em desenvolvimento, a idéia é de que uma alta de apenas 10% na importação já seria suficiente para elevar a taxa. O imposto, nesse caso, seria 30 pontos porcentuais maior.

continua após a publicidade

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Celso Amorim, pediu aos políticos que enfrentem o desafio e a responsabilidade política assumindo riscos. “Responsabilidade política também tem a ver com assumir riscos. Não é sobre fazer o que você tem certeza absoluta. Se fosse assim, teríamos computadores aqui em vez de negociadores”, disse ele. As informações são da Dow Jones.