A Nasa (agência espacial americana) construirá naves espaciais nucleares, de acordo com seu projeto Prometheus, que contarão com um pequeno reator. O equipamento permitirá produzir energia suficiente para cobrir grandes distâncias, desenvolver atividades no espaço e enviar os dados à base na Terra.
O nome do projeto, escolhido por especialistas da Nasa, não é casual. Como Prometeu possibilitou um grande salto para a espécie humana ao dar ao homem o fogo roubado dos deuses, da mesma forma, argumentam na Nasa, a energia de um reator em miniatura poderá mover as naves espaciais do futuro.
“A Nasa acredita que o projeto Prometheus será fundamental para a exploração pacífica do Sistema Solar e ajudará a responder perguntas importantes sobre a origem da vida no Universo”, explicou a Nasa em seu site na internet.
O primeiro passo do projeto foi delegado pela Nasa à empresa aeronáutica americana Lockheed Martin, que contará com orçamento inicial de US$ 6 milhões para individualizar a tecnologia propícia para desenhar o motor de exploração interestelar.
A idéia é fabricar um reator refrigerado a gás para alimentar um motor de tipo magneto-hidrodinâmico. Até agora as sondas espaciais possuem motores com painéis solares ou radioisótopos, e funcionam com efeito de propulsão ligado à gravidade dos planetas e satélites próximos.
A pouca energia à disposição sempre complicou a transmissão à Terra dos dados levantados durante procedimentos de experimentação e testes.
A propulsão nuclear, com potência centenas de vezes superior à dos painéis solares, permitirá um ampla liberdade de movimento e a possibilidade de realizar trajetórias mais longas e com mais velocidade, sem deixar de fornecer energia para operar os sistemas de recolhimento e reconhecimento eletromagnético. Além disso, a energia será suficiente para enviar as informações à Terra.
Sem a energia nuclear, o salto no espaço interestelar não será possível, por isso os especialistas da Nasa asseguram que a tecnologia nuclear encontra-se em estágio avançado e que os riscos de enviar esse tipo de nave ao espaço são mínimos.
Algumas organizações ambientalistas, no entanto, já tornaram pública sua preocupação, principalmente após a tragédia da Columbia. Perguntam-se o que teria acontecido se fosse uma nave dotada de um reator nuclear.
Antes de enviar as naves espaciais de nova geração aos confins do Sistema Solar, a Nasa tentará testá-las em missões exploratórias até as luas de Júpiter: Calisto, Ganimedes e Europa, com as quais esperam encontrar rastros de água e vida.
A data máxima prevista para o lançamento dessas naves nucleares é 2011, ano em que uma delas deve estar pronta para cumprir a missão Jimo (Jupiter Icy Moon?s Orbiter), destinada à exploração das luas de Júpiter.