A cidade japonesa de Nagasaki lembrou nesta quinta-feira o 67º aniversário do lançamento da bomba atômica que devastou a cidade, aproveitando a cerimônia para apelar à comunidade internacional que estabeleça um tratado para proibir as armas nucleares.
Às 11h02 locais (23h02 de Brasília), o momento exato em que a bomba caiu sobre a cidade em 1945, dezenas de milhares de pessoas concentradas no Parque da Paz fizeram um minuto de silêncio para lembrar as vítimas do ataque nuclear, das quais cerca de 70 mil morreram na hora.
Além de fazer lobby pela proibição dos arsenais atômicos, o prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, pediu ao Executivo japonês que renove a política energética nacional e a afaste da fissão nuclear, em um momento em que os japoneses mostram uma crescente rejeição às usinas atômicas após o acidente na central de Fukushima.
O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, indicou, como também fez há três dias em Hiroshima, que seu Governo buscará a médio prazo um regime energético mais seguro que gire em torno de “uma política baseada na redução da dependência da energia nuclear”.
Noda também voltou a reiterar que o Japão, por ser o único país a ter sofrido ataques nucleares, deve liderar o debate internacional sobre o desarmamento nuclear e a não proliferação.
Participaram da cerimônia representantes de cerca de 40 países, entre eles os embaixadores no Japão de Estados Unidos, França e Reino Unido, países que contam com armas nucleares.
Em 9 de agosto de 1945, o lançamento da bomba “Fat Man” se tornou o segundo ataque nuclear da história, três dias após os Estados Unidos terem produzido outro bombardeio atômico sobre a cidade de Hiroshima.
Segundo dados da cidade de Nagasaki, em março deste ano estavam vivos 39.324 “hibakusha”, como são conhecidos os sobreviventes do ataque.