Apenas na última semana, a região do Haiti teve pelo menos 15 tremores acima de 4,4 graus na escala Richter. Ontem pela manhã, o fenômeno voltou a ocorrer. Primeiro, o abalo foi registrado como de 6,1 graus, mas depois foi reclassificado como de 5,9. Vários outros sismos menores podem ter ocorrido nos últimos dias, mas não foram registrados pelas estações de monitoramento.
De acordo com o geofísico João Willy Corrêa Rosa, professor da Universidade de Brasília (UnB), isso ocorre porque “a falha onde as placas tectônicas se tocam ainda está em movimento, liberando energia”. Tanto ele quanto Daniel Garcia, sismólogo do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), disseram ao jornal O Estado de S. Paulo que essas “réplicas” do terremoto são normais.
De acordo com eles, esses tremores podem continuar por semanas e até meses. “Se uma semana representa algum tempo para as pessoas, em termos geológicos isso não é quase nada. As placas se movem a uma taxa de alguns centímetros ou milímetros por ano”, afirma Garcia.
O professor da UnB explica que a escala Richter é logarítmica e o abalo de ontem foi muito menor do que o primeiro, apesar da diferença ter sido de apenas 1,1 grau. “O terremoto principal liberou energia equivalente a 30 bombas de Hiroshima. O de ontem, foi semelhante a uma bomba.”
No entanto, o sismólogo do USGS admite que, apesar de menos potentes, as réplicas de terremotos afetam uma população já fragilizada e “aumentam a ansiedade e o medo, o que é totalmente compreensível”.