Na TV, controladores de vôo dizem que são injustiçados

Réus desde sexta-feira no processo criminal sobre a tragédia do vôo 1907, os controladores de vôo Jomarcelo Fernandes dos Santos e Lucivando Tibúrcio de Alencar, dois dos quatro acusados de serem responsáveis pelo maior acidente aéreo do País, disseram ontem que estão sendo injustiçados. Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, os dois culparam os equipamentos da Aeronáutica pela colisão entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, que deixou 154 mortos em 29 de setembro.

?Tenho consciência de que não tive culpa. Segui todos os regulamentos do tráfego aéreo. Acreditei nas informações que tinha?, afirmou Jomarcelo, que garantiu não ter mais condições emocionais de voltar ao trabalho. Controlador há quatro anos, ele foi o único indiciado por conduta dolosa (com intenção) pela Justiça. Jomarcelo afirmou ainda que erros de software como o que aconteceu no dia do acidente já ocorreram antes. ?Isso já foi reportado, feito relatório de perícia bem antes do acidente. Mas nunca foi mudado.

Lucivando foi ainda mais enfático ao rebater as acusações. Segundo ele, o acidente poderia ter sido evitado caso o sistema não tivesse falhado. Emocionado, ele chorou, negou ser ?criminoso? e disse que não pretende abandonar a profissão. ?O que aconteceu foi uma informação errada?, disse. ?É um setor deficiente. Era mais uma situação de rotina operacional.? Lucivando também destacou que a perícia deveria verificar os motivos que levaram o transponder (equipamento que estabelece a comunicação entre aeronaves e radares em terra) do Legacy a ficar inoperante.

Em nota, o comando da Força Aérea Brasileira (FAB) afirmou ao Fantástico que não identificou deficiência nos equipamentos. Segundo a FAB, o sistema emitiu todos os alertas de praxe para que os controladores pudessem evitar o acidente.

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