O governo espanhol deu nesta sexta-feira (11) o primeiro passo para "blindar" a privacidade das mulheres que se submetem à interrupção voluntária da gravidez, com a aprovação de um decreto que, com caráter retroativo, vai proteger seus dados pessoais.
Com a mudança, as informações passam a ser conservadas em "arquivos digitais independentes do histórico médico", protegidos por um "código de segurança", e poderão ser revelados somente por ordens judiciais.
O anúncio do decreto foi feito pela vice-presidente espanhola, Maria Teresa Fernandez de la Vega, em uma entrevista coletiva após a reunião do conselho dos ministros.
A vice-presidente lembrou que se trata de uma iniciativa reivindicada pelas mulheres, para "preservar o direito a privacidade" de quem decide abortar, evitando o "dano de uma publicidade indesejada" sobre uma decisão "privada e pessoal".
A medida chega após as polêmicas que acompanharam, nos últimos meses, as investigações sobre a atividade de algumas clínicas de Barcelona e Madri, onde eram praticados abortos, nas quais foram chamadas a depor, para a polícia e para guarda civil, dezenas de mulheres que tinham se submetido à interrupção voluntária da gravidez.